sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

a dor escondida

Com vergonha, não tiro o casaco, para não se ver as marcas no braço... Ele não fez por mal, digo para mim própria, para me tentar convencer de um amor qualquer. Ele não vai voltar a fazer-me isto, repito. A conversa matinal é igual a tantas outras no passado.
- Então, que se passa com o teu braço?
- Hum... Dei um mau jeito ontem à noite...
- Não me mintas. Foi ele outra vez, não foi?
- Foi... Mas foi a última vez. A sério que foi!
- Ouve, é sempre a última vez. Até que volta a acontecer... Vivem juntos há cinco anos, já é mais que tempo de ele te respeitar!
- Mas ele ama-me! Eu sei que ele me ama...
- Isso é um amor doentio, então... Ouve, não achas que está na altura de procurares ajuda?
- E o que é que queres que eu faça? Que o deixe? Que o abandone? Eu sei que ele não pode viver sem mim...
- Tu mereces melhor. Como é que uma pessoa como tu se pode deixar magoar e manipular dessa forma? Um dia ele pode magoar-te a sério. E depois como é que vai ser?
- Que queres... Eu amo-o!...

Após um terrível ataque felino cujos pormenores me vou abster de descrever, não sei se chore por causa dos arranhões, das dores e do inchaço no antebraço; ou se ria, por causa do ridículo que é estar no trabalho com o braço todo pintalgado de betadine... O que vale é que só me dói quando escrevo...


4 comentários:

bolas de sabão disse...

:) passo pelo mesmo, coragem! ***

laura disse...

bolas de sabão: O mais difícil é que ninguém nos compreende!! É duro estar assim tão emocionalmente dependente... ;))) E como vai o teu Leopoldo?

Bixus disse...

Multiplica isso por 3 e aí sim, é o drama!
;-)

bolas de sabão disse...

:) o leozito cá anda, mais sossegado, mas também já é um homenzinho. o que não quer dizer que, de vez em quando, não tenha os seus repentes ***