segunda-feira, 31 de janeiro de 2011


sabes?, procuro-te em cada gesto matinal e ao fechar do dia
como o vento que me sopra nos cabelos e me despenteia
onde a tua mão, outrora, nos fios emaranhados
tranquilizava.
sabia-te de cor, - eras-me.
nunca fui eu. a dor solene e cabra que se cobra,
de 'nunca' ser uma palavra que demora
tanto tempo a dizer.
e que nunca fica bem dita
mesmo escrita em infindáveis
cadernos quadriculados.
e escrever amor em cadernos quadriculados
está matematicamente errado.
já se sabe.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011


não sei de ti
nem dos teus risos
que esvoaçavam
pela cidade

soltos em minha mão.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

eus


o meu outro eu fugiu-me
e eu fiquei com um eu apenas na algibeira
o eu que deus me deu, apenas eu.
na impossibilidade de fugir, também
para onde está o meu outro eu
aquele que é teu.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


tenho saudades do amor
e de poder dizê-lo alto
sem que para mim olhem
como o homem do talho
com as mãos
pintadas de sangue.