quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

acende-me um cigarro

Consome-me.
Como quem fuma um cigarro
e deixa o fumo entranhar-se na pele.
Arrepia-me.
Deixa os teus lábios sugar o que de mais puro em mim há.
Sua. Geme.
Com os olhos postos no vazio que existe em ti.
Deixa-te cair.
[8.8.05]

Acende na tua boca o cigarro
num beijo percebido
de fumos trocados
e salivas combinadas.
Fumo a tua saliva.
Sabes-me.
Fumo-te deveras
Na ânsia da última passa
da noite.
De uma noite.
Nos lábios teus o aroma
de um queimar lento
e crescente.
E crescente...
Apago o cigarro
E aguardo, com olhos grandes
e um silêncio de luz
que me dês o próximo beijo
de nicotina.
[13.12.07]

1 comentário:

Emílio Augusto disse...

só é pena não gostar de tabaco, senão seria uma bela declaração de amor...