sexta-feira, 31 de outubro de 2008

errrrrrrrr....

Há coisas que me fazem rir ao ponto de quase rebolar no chão. A maior parte dessas coisas são bastante estúpidas. Felizmente, há por aí pessoas que cultivam a mesma estupidez natural que eu.

update #06

Quem me conhece sabe bem como gosto de manter um certo low profile, não dar nas vistas, ficar no meu cantinho... Por isso, estas coisas custam-me mais do que arrancar um dente. mas o que tem de ser, tem de ser. Confesso que não conhecia o meio em questão quando solicitaram à editora uma entrevista comigo a propósito do meu recém-publicado livro. Acedi e, alguns dias depois, aqui fica a transcrição ipsis verbis do texto, retirado da revista online Rosa 10. Pese embora algumas pequeninas divergências relativamente ao que disse, para primeira grande entrevista, penso que não está mal. O pior foram as perguntas finais... Não tenho mesmo jeito para estar do outro lado de um gravador. :P



Por Odete Albuquerque
Fotos:DR


Laura Alves: mulher, jornalista, escritora

Autora do livro “Não Quero Ser Mãe – Quando As Mulheres Decidem Não Ter Filhos”, Laura Alves esteve à conversa, em exclusivo com a nossa revista onde abordou aspectos do livro que promete causar debate e polémica.

Tem como lema de vida “viver um dia de cada vez” e valoriza o respeito pelo “outro”. Laura Alves, jornalista e autora da obra aborda os mais variados ângulos da questão da maternidade, uma temática a que nenhuma mulher fica indiferente.

“Não Quero Ser Mãe – Quando As Mulheres Decidem Não Ter Filhos”. Porquê esta temática?
A ideia para este livro surgiu da constatação de que cada vez mais algumas mulheres manifestam o desejo de não ter filhos, de levar uma vida preenchida a nível profissional, social, cultural e que não passa necessariamente pela vertente da maternidade mesmo que tenham uma relação emocional com alguém – casamento, união de facto ou namorado. A ideia foi tentar perceber se é uma tendência que vai evoluir ou não e quais as motivações para estas mulheres não quererem ser mães: se é a questão profissional, se é um acto de rebeldia ou um novo feminismo (Que não é. As conclusões a que cheguei não apontam para isso). São simplesmente mulheres que não sentem desejo ou instinto maternal.

Qual o perfil destas senhoras?
O livro não é um estudo científico, não posso dizer que no país exista um determinado número de mulheres a não querer ter filhos. Falei com oito mulheres que deram o testemunho, falaram do percurso de vida, das motivações, partilharam um pouco das histórias pessoais. São oito mulheres da região de Lisboa e Sintra [correcção pessoal: Sesimbra], todas trabalhadoras, com idades compreendidas entre os 23 e 50 anos, umas com relações afectivas, outras não; umas foram casadas e estão divorciadas, outras estão sozinhas ainda à espera do amor, outras vivem com alguém. São pessoas diversas em termos emocionais. Em comum têm o facto de serem pessoas que trabalham, terem alguma formação a nível médio ou superior e muito independentes, afirmativas, que sabem o que querem para a vida. Não cedem a chantagem quando os pais pedem netos ou quando o parceiro revela de igual modo essa vontade. Elas próprias não têm vontade de serem mães e o que prezam na vida é a liberdade de poderem ou não se mães. Acontecem é julgamentos pelo meio, com algumas pressões e falta de compreensão.

O facto de serem oito mulheres distintas funciona de forma a haver identificação dos diferentes tipos de leitoras dado que cada uma tem um perfil?
Sim, se bem que as mulheres portuguesas têm vidas ainda mais diversificadas. São mulheres diferentes: uma jornalista, uma contabilista... São muito diferentes e as pessoas poderão identificar-se, se bem que não são “modelos. Apenas partilharam as suas histórias de vida e motivações assim como as possibilidades que têm em termos profissionais e afectivos. A ideia foi ter pessoas normais que partilharam histórias de vida.

Na obra constam mais opiniões…
Além das mulheres falei também com profissionais para fundamentar o que foi dito. Só o discurso das mulheres iria soar um pouco a “oco”, demasiado pessoal se não houvesse nada teórico a fundamentar o que disseram. Se apontam uma razão para não quererem ser mães então vou à procura de um especialista que explique a razão dessa abordagem da maternidade que deixa de ser essencial.

Com oito testemunhos há um fio condutor ao longo do livro ou pelo facto de serem diferentes pessoas são testemunhos independentes?
O livro está dividido em sete capítulos e os testemunhos vão surgindo ao longo deles. Cada um aborda uma questão diferente. Por um lado as questões que levam alguém a dizer não à maternidade, noutro capitulo abordam-se os preconceitos existentes sobre essa matéria, noutro foca-se a perspectiva histórica e demográfica em termos europeus e nacionais. Fala-se da questão do aborto também, por exemplo. [Considero importante dizer que neste ponto acrescentei: "Embora não tenha sido uma questão que tenha sentido necessidade de explorar a fundo.]

Porquê estas senhoras em particular?
Foi um trabalho de investigação até porque não há assim tantas pessoas a querer “dar a cara”. Tive que convencer algumas. Fiz questão foi que todas dessem o testemunho com nome verdadeiro por uma questão de credibilidade. Para mostrar que há pessoas que não têm medo. Afirmam não querer ser mães sem receios.

Existe algum relato que tivesse “puxado” mais por si?
Posso falar da Guilhermina, de 47 anos, uma das pessoas mais velhas com quem falei, alguém muito bem consigo mesma, já foi casada, não tiveram filhos, não era uma prioridade porque havia muito para fazer como viajar por exemplo. O casamento terminou mas tem um espírito muito aberto, com desejo de fazer desporto, viajar, muito “open minded”. Transmitiu-me calma e um bem-estar interior que gostaria de ver em pessoas que têm filhos, por exemplo. O estereótipo de que a mulher sem filhos e que não é casada é infeliz é desafiado pela Guilhermina. Chegou aos 47 anos, vive sozinha e está muito bem. Não sente arrependimento em relação ao passado. Pela conversa tão interessante que tive com ela pode dizer-se que me marcou e gostava de, com aquela idade, ser como ela. É um exemplo de como se pode crescer e envelhecer com a mente tranquila e sem “amargos de boca” por não ter tido filhos.

O que deu de si para o livro?
Muito tempo fechada em casa a escrever (risos). Dei o meu estilo pessoal de escrita, todo o processo de investigação, o meu carinho a este projecto que me deu muito gosto fazer e conhecer todos com quem falei. Tentei fazer uma obra interessante, cativante e que diga muito a muitas pessoas.

Revê-se na temática? O tema funciona como autobiografia?
Não. No livro consta a minha pequena biografia, pode ler-se um “(ainda)” na questão de não ter filhos. Apesar de não fazer da maternidade a minha prioridade de vida, não recuso totalmente. Penso que as pessoas ao lerem na capa percebem que a obra é um documento social e ficam esclarecidas à partida. Afastam de imediato a hipótese de ser uma biografia. Até porque a minha vida não é tão interessante que dê um livro para já (risos).

Para um sector mais conservador da sociedade o livro não pode ser considerado como uma “provocação feminina”?
Se for entendido como provocação e as pessoas forem comprar o livro, óptimo. Não é minha intenção agradar ninguém - é claro que quero que as pessoas comprem e gostem do livro e se as incomodar e “picar” um bocadinho óptimo, o debate está em cima da mesa! Se este tema incomodar alguém é positivo. Se houver discussão porque de facto há quem se sinta pressionado por esta questão, melhor ainda.

Por exemplo…
As mulheres são constantemente bombardeadas com a pergunta “Então quando vais ser mãe? Quando vais ter filhos?”. Se houver quem fique afectado pela questão então vamos deitar as cartas na mesa e falar sobre isto. Gostaria que as pessoas pegassem no livro e que começasse a existir mais conversa sobre o tema, não no sentido de pressionar mas de compreender e de haver mais tolerância de parte a parte.

Não teme repercussões que possam vir a existir?
Só se alguém se ofender e for atrás de mim, até minha casa, para me ofender também ou queimar fotografias minhas numa fogueira (risos). Mas não penso que vá acontecer. Vivemos num país onde existe algum bom senso. É bom que exista a discussão e pessoas a ficar com a “pulga atrás da orelha” mas não temo qualquer tipo de opinião. Cada um leva a vida da forma como acha que deve levar.

No fundo a base da obra…
Este é um livro pela tolerância, é respeitar o outro, a opção do outro. Tenho a minha opinião, quem deu o testemunho também tem opinião e de certo existirão outras opiniões, contrárias. Inclusive, falei com algumas pessoas com ideias contrárias como a Ana Cid Gonçalves, que pertence à Associação [Portuguesa] de Famílias Numerosas, associação em que a ideia é que ter filhos é o fundamental. Não fui só por um caminho, fui por vários para mostrar o global da questão. Isto não é nenhum manifesto como lema “Vamos todas recusar ser mães”. Nada disso. É apenas explicar porque razão algumas querem e outras não querem.

A determinada altura, com os amigos vêm as relações, das relações nascem crianças e começa a haver perguntas sobre para quando uma mulher vai ter também filhos. Considera que existe uma pressão, ainda que subtil, para a mulher ser mãe?
Ao contrário dos homens, as mulheres têm a capacidade física de ter crianças. É esperado que a Mulher exerça essa função biológica de dar filhos a uma relação.

E as que não têm são marginalizadas?
Existe a expressão “ficar para tia”. O “ficar para tia” não é necessariamente mau. Porque é que nunca se disse que os homens ficam “para tios”? Há um estereótipo. Existem muitas questões que se podem levantar. Não é muito recorrente abordar um homem para perguntar “Quando vais ter filhos?” como acontece com o sexo feminino precisamente porque subsiste a ideia de que a maternidade é o destino único da mulher. Levanto muitas questões em “Não Quero Ser Mãe”. Há também muita mitologia envolvida.

Refere-se à questão religiosa?
Há a questão da religião. Pensamos sempre na “Mãe” como a salvadora, alguém que nos acolhe, protege. Na religião são muitos os símbolos que remetem para a maternidade. Logo o “dar à luz” é visto como algo muito positivo. Ainda hoje em dia, quando uma mulher está grávida, é comum afirmar-se que está “com um brilho especial” ou “tem uma luz”. Isso é tudo uma tentativa de minimizar as desvantagens de se estar grávida. Estar grávida deve ser óptimo – não tenho filhos, tenho quatro sobrinhos – mas não pode ser negado que as pernas incham, a coluna dói, existem os enjoos e engorda-se.

As mulheres podem não querer engravidar por uma questão estética?
Não falei com ninguém que não quisesse ter filhos por questões estéticas. Sei que existem casos mas o meu caminho não foi por aí nem foi essa a questão. Isso pode levar a outra questão: o egoísmo.

Quem não engravida é egoísta?
São rótulos que se colocam a estas mulheres: egoístas, frias, insensíveis. No livro prova-se que não é necessariamente assim. As mulheres que não querem ter filhos são talvez as pessoas mais abertas em termos de se proporem a conhecer outros horizontes, a sair de casa, a aprender, a estudar à noite caso seja necessário, a crescerem individualmente. Por vezes são tias mas dão todo o amor que têm aos sobrinhos e/ou afilhados. As mulheres que não querem ter filhos não são frias nem insensíveis. São pessoas muito interessantes que fizeram a opção de não serem mães a tempo inteiro.

Como vê o facto do Estado e autarquias darem incentivos financeiros às mulheres para que gerem crianças? Não funciona um pouco como “vamos dar à população algo que necessitam (apoio monetário, dada a conjuntura económica que o país atravessa) em troca de “fábricas de fazer bebés”, sob o pretexto de contribuírem para a não desertificação de algumas zonas e evitar o decréscimo da taxa de natalidade?
Não acredito que alguém decida ter filhos só porque vai receber um incentivo financeiro, o que não significa que não aconteça em alguns casos. Mas quem tiver filhos e tenha um apoio financeiro talvez tenha até um ou dois a mais do que tinha previsto.

É um facto que a questão financeira pesa…
Hoje em dia muitas pessoas optam por não terem crianças porque não lhes é permitido financeiramente. O investimento financeiro é enorme e muitas pessoas adiam ou negam a paternidade por ser dispendioso. Não foi o caso das pessoas que deram o testemunho para o livro. As pessoas com quem falei não têm vontade ou vocação para serem mães. É lógico que quando um país fornece mais apoios os casais têm mais filhos. A média nacional ronda os 1,2%, a França por exemplo anda à volta dos 2,3% . Em Portugal é uma quantia irrisória que não justifica ter-se mais um filho.

O facto de muitas mulheres adiarem ou recusarem a maternidade sob a afirmação de pretenderem dedicar-se à carreira ou optarem ou viajar ou estudar não é uma capa para não terem que ter disponibilidade emocional e/ou afectiva para darem a uma criança?
Não é uma capa porque aquelas que fazem um investimento mais forte na carreira formativa à partida desde novas colocam esse factor como prioridade e a outra parte fica um pouco para trás. Não é uma capa. Não é porque “não têm este caminho” porque vão investir em “outro”. Dedicam-se primeiro a um caminho, ao sucesso pessoal e profissional e o outro aparece como segundo plano porque também já não havia aquela vontade.

Não há uma certa ironia pelo facto de a maioria das mulheres poder dar à luz optar por não fazê-lo e por exemplo, quem não pode, como o caso dos casais homossexuais, que não podem gerar, demonstrarem intenção de fazê-lo e dar amor a uma criança?
Tem a ver com o respeito individual por uma pessoa. Cada um tem direitos individuais. Lamento existirem casos de casais que não podem ter filhos, seja por razões biológicas, doenças ou impossibilidade de qualquer ordem não obstante um enorme desejo que manifestam, mas não podem criticar quem não quer ter filhos apesar de poder. É injusto. É dramático existirem pessoas que investem anos e emoções a tentar ter filhos e não conseguirem. Mas a mulher que não quer ter filhos não vai gerar apenas porque existem pessoas que não podem. Cada indivíduo deve ser respeitado pelas opções que faz.

Qual a sua opinião sobre o papel do homem nesta questão?
A minha recomendação é que fique tudo definido à partida, apesar da fase inicial de uma relação em que é tudo muito bonito e muito cor-de-rosa. Mas convém pensar-se sobre o que se pretende fazer no futuro se aquela relação for para durar. Estas pessoas que constam no livro dificilmente teriam crianças para ceder à vontade do companheiro. À partida, procuram estar com alguém com o mesmo tipo de atitude. Não houve ninguém que estivesse numa relação com alguém que quisesse ter filhos. Mas há muitas pessoas que têm filhos porque o(a) parceiro(a) quer e a atitude é “está bem, vamos lá fazer filhos”.

O que mudou de há 50 anos para cá?
As mulheres têm mais dimensões na vida que não o lar, têm mais independência. Felizmente hoje em dia (se bem que ainda nos encontramos a anos luz do que seria ideal) os homens têm uma participação muito maior do que tinham nesses tempos. Envolvem-se na educação dos filhos, algo atribuído á mulher noutros tempos, têm licença de paternidade, acompanham muito mais a tarefa de educar o filho. Há 50 anos ao homem cabia essencialmente o papel de pôr o pão na mesa e todo o resto era a mãe que fazia, hoje em dia não, se bem que continuam a persistir alguns maus exemplos.

Que análise faz da discriminação existente no que toca à mulher gestante e não gestante?
O mais recorrente é existir discriminação laboral quando alguém manifesta o desejo de ter filhos e/ou casar. Muitas vezes nas entrevistas de emprego, são candidatas que ficam do lado de fora ou a quem não são renovados contratos, por exemplo. Mas também já se verificou o contrário. Alguém que por não ter filhos não foi aumentada. Neste caso, a resposta da pessoa foi “Mas se não tiver um aumento de salário nunca poderei ter o que referiu”. Outro exemplo é quem não tem filhos ficar “condenada” a ficar com as férias que mais ninguém quer, ou pode ficar a trabalhar até mais tarde porque não tem família quando não é assim – a pessoa pode ter mil e um projectos que impliquem sair a horas e não ter que fazer serões até à meia-noite.

Qual o balanço que faz depois dos depoimentos recolhidos e livro estruturado?
É de leitura fácil, não facilitista. Não é cor-de-rosa, tem alguma substância, tenta explicar a razão de ser de algumas opiniões que estão aqui explícitas e que vai pôr as pessoas a pensar e sobretudo vai abrir os olhos a algumas pessoas. Penso que está um trabalho interessante, com alguma criatividade e humor também, não deixando de ser um alerta sobre algumas questões que incomodam algumas pessoas nomeadamente a pressão social e estereótipos que ainda permanecem. Existem no mercado outras obras com temáticas semelhantes.

Em que difere “Não Quero Ser Mãe – Quando As Mulheres Decidem Não Ter Filhos”?
Não é uma biografia nem um livro cómico. Existem algumas obras semelhantes mas do ponto de vista irónico e do sarcasmo. Este não. Não é uma tese, é um estudo meio jornalístico meio antropológico. É o retrato de um segmento da população e de um dado momento que o país atravessa.

Quem é a Laura Alves?
É uma rapariga, jornalista, que tem dois gatos, quatro sobrinhos, que veio da Beira para Lisboa há alguns anos e que por aqui ficou e que gosta de escrever, criar e ir ao cinema e que gosta muito de Lisboa, de vários espaços da cidade. Gosta de estar e jantar com os amigos.

Qual a parte do processo de feitura de um livro que mais a agrada?
Este é o primeiro livro (risos). A primeira coisa que fiz foi estruturar os tópicos de modo a saber o que ia abordar. Conhecer as mulheres com quem falei foi muito interessante. Fazer e descobrir a ligação entre as ideias também foi agradável assim como o próprio acto de escrita, de escrever as palavras, de criar imagens com as palavras. A pior parte foi transcrever as entrevistas (risos).

No momento em que viu o trabalho impresso qual foi o sentimento que mais forte que teve?
Foi um processo que levou algum tempo. Foi a sensação de missão cumprida. É bom.

PERGUNTAS ROSA10
Qual a sua melhor recordação de infância?
Talvez o facto de haver um forno de cozer pão em casa dos meus pais. Havia o hábito de cozer broa de milho. A minha mãe terminava, eu cortava, colocava manteiga e comia ainda quente. [Neste ponto há uma pequena omissão. O que eu disse, de facto, foi que a minha mãe fazia uma broa mais pequena de propósito para mim, que eu comia ainda quente, com manteiga.] É uma das recordações mais marcantes.

Qual a sua essência?
Estar bem comigo própria, estar feliz.

Qual o melhor elogio que já lhe fizeram?
Já fizeram tantos (risos). Penso que o melhor elogio que se pode fazer a alguém é dizer “Amo-te”.

Tem algum ídolo ou modelo que a inspire?
Tenho muitos modelos. Depende de cada ocasião, de cada momento. Não tenho um ídolo propriamente. Normalmente as pessoas que vejo como modelos são muito próximas a mim, de carne e osso, que me acompanham normalmente, que me levam a querer fazer melhor ou como aquela pessoa fez, algo muito bem feito.

Qual a opinião que tem do homem e da mulher portuguesa?
Existem tantas mulheres e homens portugueses… Não tenho opinião do homem ou da mulher portuguesa. Existem muitos e diferentes modelos. A nível global, penso que as pessoas deveriam ser mais tolerantes. Existe alguma intolerância e uma certa mesquinhez no que se refere a olhar para o outro e não aceitar o outro só porque não se aceita, apesar de esse alguém não fazer mal algum e ter feito apenas uma opção de vida. Falta tolerância às pessoas portuguesas.

Qual foi até hoje a sua maior oportunidade?
A possibilidade de ser uma pessoa independente que construiu o próprio caminho.

O que a faz rir?
Piadas, trocadilhos inteligentes.

Como vê o seu futuro?
Não sei, não faço grandes planos, vivo o dia-a-dia mas espero que seja bom.

Qual a maior lição de vida que já recebeu?
Não ficarmos dependentes do que outras pessoas querem para nós. Não ficar presa a projectos de terceiros. Antes de mais, o nosso bem-estar…

Se fosse jornalista do Rosa10 quem gostaria de entrevistar e porquê?
Neste momento o nosso primeiro-ministro José Sócrates para perguntar algumas coisinhas que me andam a incomodar. Por exemplo, porque razão algumas pessoas ganham tão mal e pagam tanto por uma casa ou porque é que existem pessoas a ganhar milhares de euros e outras com o ordenado mínimo… Gostaria de saber se as pessoas que estão no Governo acompanham o dia-a-dia da população que ganha mal e todos os dias tenta sobreviver.

Qual a pergunta que nunca lhe fizeram e gostaria de ter respondido?
Não sei. Como não dou entrevistas sobre mim não sei muito bem.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

tarefas impossíveis de realizar quando se tem um gato adolescente



- Vestir um soutien. Nada atrai a atenção de um gato como uma peça de vestuário com alças a pender de uma mão.
- Fumar um cigarro. Pois sim... E onde raio é que anda o isqueiro que ainda agora estava em cima da mesa?!
- Emoldurar uma fotografia ou desenho. Se a moldura for do tipo "clip on", há-de faltar um dos clips metálicos antes de terminar o trabalho. Que irá ficar com as margens todas tortas, claro está.
- Comer uma refeição com um tabuleiro no sofá. Metade do tempo é gasto a impedir que haja patas felinas no prato...
- Calçar botas ou ténis com atacadores. Nas primeiras vezes o jogo até é divertido. Até que nos fartamos de perder meia hora só para dar a porcaria de um nó!
- Estender roupa. Que giras são estas molas coloridas... E se eu as atirar para debaixo do frigorífico?...
- Separar embalagens para reciclar. Estas latas estão vazias. VAZIAS, ouviste? Podes miar o que quiseres, mas as latas vão continuar vazias.
- Arrumar roupa numa cómoda. E não é que esta gaveta parece mesmo uma caminha?
- Fazer a cama de lavado. Ena, consegui ter a cama sem um único pêlo de gato durante... dois segundos!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

verdes de outono


memória que permanece

esquecida em ruas ermas de passos calados

onde os cherios trazem de volta

suaves brisas d'outras eras que, lentas, se desfazem

terça-feira, 21 de outubro de 2008

update #05

Programa "Sociedade Civil" na 2



«Ter filhos é a última prioridade para mulheres entre os 28 e os 32 anos, revela um estudo recente. As inquiridas com menos de 50 anos valorizam, sobretudo, um relacionamento e um casamento, seguindo-se os amigos e a carreira.
Não ter casa própria e uma situação financeira instável são as principais razões para não terem filhos.
Na França, a temática virou polémica com o livro da psicanalista Corinne Maier, “No Kids – Quarenta razões para não ter filhos”, onde se afirma que querer filhos é “uma aspiração idiota”.
Por que não querem filhos? Será uma opção ou uma imposição social? Quais as (des) vantagens?

Convidados:
Laura Alves, Jornalista
Ana Cid, Secretária-Geral da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas
Pedro Vasconcelos, Sociólogo do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa
Patrícia Melo e Liz, Administradora de Empresa»

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

update #04

«Relatos muito pessoais
Laura Alves é uma presença simpática aqui na redacção. Lá está ela de volta das notícias que preenchem a página www.mundouniversitario.pt e, mais recentemente, gerindo também as opiniões que a nossa malta vai deixando no Fórum MU, a que se tem facilmente acesso através do site MU. Integrou a equipa há pouco tempo e a equipa, solidária, fica orgulhosa ao saber que acaba de editar ‘Não Quero Ser Mãe’, um livro com a chancela da Livros de Seda, que conta com prefácio de Joana Amaral Dias e posfácio de Carla Hilário Quevedo.
"Como poderão constatar através dos diferentes testemunhos de mulheres apresentados, este livro não pretende ser um estudo científico. É um álbum de retratos e de opções de vida, no qual, por entre as respostas encontradas, se deixam antever questões", apresenta Laura, na Introdução. Mais actual impossível, esta interessantíssima recolha de testemunhos que dá a pessoas com opções tantas vezes mal aceites o direito de serem figuras centrais... sem serem sujeitas a juízos de valor. Obrigatório comprar!
Apresso-me agora a também aconselhar vivamente esta edição do MU: não se compra mas vale a pena na mesma. É que se de histórias de vida muito próprias fala o livro da Laura, o que dizer do grupo de amigos da área de comunicação que recentemente mandou os empregos em Portugal para o espaço e se aventurou na neblina londrina. Ai, ai, o chamamento de Londres..o chamamento de Londres põe a cabeça de gerações atrás de gerações a andar à roda. Estão felizes por lá, como atestou um colaborador que os foi visitar, uns trabalham, outros trabalham e estudam...
E vai mais uma história de vida, esta de um teor dramático e um exemplo de sobrevivência impressionante. Shlomo Venezia é um membro da comunidade judaica que completa 85 em Dezembro e que sobreviveu aos horrores de Birkenau, um campo de concentração vizinho a Auschwitz, onde desempenhou funções de porteiro, digamos, das câmaras de gás. Basicamente guiava outros judeus para a morte. Agora escreveu um livro e anda a repetir a história aos jornalistas em tom intenso para ver se se livra dos fantasmas.
Outra história, esta bem mais factual, é a do Orçamento de Estado para 2009. As verbas para o Superior aumentaram. Custa a acreditar mas foi mesmo oficialmente anunciado.»

Inesperado e simpático editorial de Raquel Louçã Silva, directora do jornal Mundo Universitário

sábado, 18 de outubro de 2008

santa apolónia, 14h32

Perdi hoje um comboio pela primeira vez na minha vida. Não um comboio suburbano, que desses há sempre alternativas, mais meia hora, menos meia hora... Hoje perdi um Intercidades inteiro por apenas alguns segundos. Quase me estou a ver a correr em direcção à linha, qual plano hollywoodesco em câmara lenta, enquanto o cavalo-de-ferro iniciava, progressivamente, a sua marcha. Desolada, de sacos na mão, fiquei a olhar para o horizonte, onde o comboio se perdia veloz, cada vez mais pequeno...
Há algo de terrivelmente angustiante no acto de perder um comboio. E não me estou a referir à sala de espera, onde meia dúzia de seres estranhos deambulam os olhos pelo cinzento das paredes, não se podendo, sequer, fumar um cigarro. Perder um comboio causa um desarranjo interior, obriga a repensar todas as horas seguintes, o que irá afectar, por sua vez, a vida de terceiros. Perder um comboio faz-nos sentir completamente impotentes perante a tirania do tempo. Perder um comboio faz-nos escrever coisas sem sentido apenas para passar o tempo que falta até às 16h06, hora a que chega o próximo comboio com paragem no meu destino...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

update #03

O meu livro - "Não Quero Ser Mãe - Quando As Mulheres Decidem Não Ter Filhos" - foi já avistado duas vezes: na Fnac do Centro Comercial Vasco da Gama (na secção de Psicologia) e na Fnac do Chiado (na secção de, pasme-se, Puericultura...). A quem andar à procura e não encontrar, recordo que o nome da autora é "Laura Alves", e não "Laurinda"... ;)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

update #02

NO AR

[Para descarregar o ficheiro, clicar aqui]

Não quero ser mãe

Diz-nos assim a sinopse do livro "Não Quero Ser Mãe" (edição Livros de Seda) de Laura Alves, nossa convidada de hoje: «Em Portugal, o "fazer bebés" tem sido elevado a prioridade nacional, com espaço e interesse político. Face ao declínio da natalidade e a visões tradicionais do papel da mulher que teimam em persistir, enquanto dona-de-casa e vocacionada para a procriação, muitas são as pressões sofridas pelo sexo feminino, num terreno que deveria ser meramente o das suas opções pessoais e individuais. Optar por ser mãe é uma delas. Não querer ter filhos é outra.
À procura de respostas e, mais importante ainda, das perguntas certas, Laura Alves encontrou oito mulheres distintas, que expõem a sua vida pessoal e as suas opções de vida, falando dos seus medos e motivações, dos seus anseios e das múltiplas pressões.
Uma das obras que é um verdadeiro documento social, contrapondo também análises à partida contraditórias, como as de Júlio Machado Vaz, da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas ou da própria Igreja Católica entre outras. Uma obra que lhe permite descobrir porque é que algumas mulheres decidem não ter filhos.»
Casamento deve ser sinónimo de procriação? (assunto que tem vindo à baila inclusive acerca da questão dos casamentos homossexuais); será legítimo, por mais bem intencionada que seja, a pressão para que nos multipliquemos, a fim de fazer face ao envelhecimento da população?; não se trata de pressão, mas de sugestão que não obriga ninguém a nada? Perguntas e comentários para o 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue, a partir das 19, com Fernando Alvim e Cátia Simão.
por: Prova Oral

Comentários e opiniões ao tema debatido no site do programa "Prova Oral":
(Gostaria de responder pessoalmente a algumas destas pessoas, a quem desde já agradeço o contributo para o debate, mas tal será impossível. De qualquer forma, houve muitas questões que não foram devidamente aprofundadas, em parte devido ao tom mais informal do programa. Fica a nota, mais uma vez: este livro é, sobretudo, acerca de tolerância e respeito pelas opções individuais. Quaisquer que elas sejam. Não se trata de um testemunho pessoal da autora, mas sim de um trabalho de investigação, devidamente fundamentado, sobre as motivações de algumas mulheres que fazem esta escolha de forma voluntária.)


Marlene Carreira
2008-10-15 09:41:16
Não quero ser mãe!!!
Bom dia, Alvim e Cátia!Infelizmente, ontem não pude ouvir todo o programa porque estudo à noite. Mas era um tema que a mim me diz muito.Gostava muito de ter tido a possibilidade de participar... mas não deu.Concordo com todas as palavras da vossa convidada e de certo vai ser um livro que vai estar na minha próxima lista de compras..lol... até que enfim uma voz contra ao sistema... é que a frase: " um casal sem filhos é como um jardim sem flores", já não se aguenta!!!Eu também não quero ter filhos, sempre tive esta convicção desde adolescente... acho que a sociedade é que "obriga" as mulheres a terem filhos, é como uma obrigação social que a mulher tem, o que é imcomprensível..., além disso o próprio parto é uma coisa horrível...Namoro há 7 anos e o meu namorado, gostava muito de ser pai, mas ao longo do tempo juntos, já ele próprio começa a pensar como eu...A vida com filhos muda... não há volta a dar...E se algum dia o tal relógio biológico que as mulheres falam, que nem percebo bem o que pode ser, "tocar", prefiro adoptar uma criança. Sou completamente a favor! Ah! e adoro crianças! É que não tem nada a ver!!!

Sandra
2008-10-15 00:55:17
ser mãe
eu axo que nasci para ser mãe e fui uma daquelas que levou 8 anos para ter um filho que é a coisa mais importante do mundo para mim, mas compreendo aquelas que os não querem ter todos temos direito a fazer as nossas opções e só a nós nos diz respeito.
mas será possivel deixar uma pergunta no ar - será que uma mulher fica completa sem filhos??? não é essa a nossa prencipal função neste mundo???
Tenho pena que nunca ouça o vosso programa completo e nunca consiga entrar mas têm aqui alguém que gosta muito dos vossos temas continuem assim

Susana
2008-10-14 20:01:04
sou MAE e Mulher
Nunca me anulei por ser mãe mas caí no erro de me anular por ser esposa. Ser mae é brutal! Muito Bom porque gosto e porque me amo a própria e ensino às minhas filhas que têm de ser Mulheres que se amem para depois poderem amar e ensinar o poder da ternura!

Antena4
2008-10-14 19:57:53
Ser moderno
Ser moderno, cool, actual, blá, blá, blá... é rir-se e criticar os retrogados. Aqueles que se queixam de ser criticados pela sociedade, tem carta verde pra gozar com todos os outros, porque coitadinhos, são uma minoria marginalizada...
Percebo todos os argumentos que aqui foram ditos, só gostava que houvesse uma mulher que se confessasse no ar, que não quer ter filhos pra nao estragar a figura. Antes de largarem uma gargalhada, pensem bem... há muitas mulheres destas.
Alvim, por favor, salva o mundo. só tu és capaz.

ângela
2008-10-14 19:57:43
Eu, hoje, até vou dormir descansadinha ... ! Afinal, sempre sou normal ... os outros é que encaram esta minha normalidade de forma meio anormal ... Nunca foi ideia que ocupasse espaço em mim e assim continua a ser 30 anos depois. Mas, no entanto, venham os filhos dos outros que eu estou cá para os mimar, educar e fazer tudo como manda o figurino ... só que eu, mãe, é que já não ... se não se importam!
Obrigado Prova Oral, Alvim e Laura por existirem ... :)
Bjinhos p todos

André
2008-10-14 19:57:40
de tomate em tomate
Quando os meus pais me exigem alguma coisa digo, por vezes, em tom de brincadeira: "E que culpa tenho eu disso? Fui eu que pedi pra vir ao mundo??".
Pois isto fez-me pensar e concluir que o mundo está mal feito. Quem anda de tomate em tomate deveria ter oportunidade de avaliar aquilo para que vem!

ricardo russo
2008-10-14 19:54:57
e as senhoras???
podem já não existir homens para mudar lâmpadas e tomadas mas cada vez há menos mulheres que saibam cozinhar, cozer um botão e coisas do género!!!
acho que as funções começam a aparecer trocadas........

papacamailho
2008-10-14 19:53:23
Não sou dono do meu tempo, estou em casa a cozinhar um bacalhau para a minha filha.
So what? Tenho muito tempo e já tive.
Tenho 35 anos e pertenço completamente à minha filhota.
Não existe algo mais inocente do que isto.
E tb tenho de trabalhar como toda a gente, stress ao acordar e ao deitar.
Penso q é difícil é deixar esta vida.
abraços.

Joaquim Leça
2008-10-14 19:48:27
Essa dos homens de hoje não mudarem lâmpadas...
Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah,Ah, Ah, Ah! A vossa convidada de hoje tem muito humor! Ah, Ah, Ah!!!

Clara
2008-10-14 19:45:09
As meninas não podem gostar de ser meninas?
Ainda há dois sexos, apesar de tudo o que existe pelo meio. Não será?

jorge
2008-10-14 19:40:16
não é o tema, eu sei.....
mas supomos que a mulher não é solteira, que está numa relação. e se o homem não quer ter filhos, e se o homem QUER ter filhos.... relativamente ao programa acho estranho a utilização de termos como ter filhos: muda tudo, altera as pessoas, perde-se disponibilidade.... claro..quem decide ter filhos, procura excatamente isso..ou não.

catarina batista
2008-10-14 19:37:45
Olá alvim! Finalmente alguém a falar de algo que eu julgava que eu é que era anormal! todas as minhas amigas daqui da terrinha tem filhos, eu tenho vinte e oito anos e já vivi junta durante seis anos e nunca quis ter filhos nem quero.Agora moro sozinha mas continuo a ser massacrada com perguntas do porquê que eu não quero ter filhos! nem sequer o tenciono, adoro a minha independencia e liberdade e não troco isso por nada.fico feliz por saber que não sou a unica! beijo a todos!

vera
2008-10-14 19:37:10
A imagem
Concordo com a Laura sobre a imagem colocada no blog.
Agora, o meu caso pessoal: tenho 37 anos e não tenho filhos.
Fui casada e embora senti-se imensa vontade de ser mãe, tal não aconteceu.
A verdade é que agora não penso muito nisso. Tornei-me senhora e dona do meu tempo e das minhas rotinas e acho que me custaria imenso abdicar disso.
Mas tenho pavor de acabar velhinha e só. Se calhar é ridiculo mas questiono-me muitas vezes se não deverei ceder à pressão do meu relógio biológico? Afinal, nada de bom resulta sem sacrificio...

Vera
2008-10-14 19:32:32
Aos 15 anos decidi que não queria ter filhos. Tenho 27.
Não sei bem porquê mas foi uma opção que tomei.
É definitivamente uma escolha. Também já ouvi o "isso dizes tu agora" mas o certo é que até agora ainda não mudei a minha opção.
Como ainda não tenho estabilidade profissional e financeira ainda menos penso nisso.
Gosto de crianças mas o relogio biologico permanece em stand-by.
Beijinhos para todos e vou ler o livro da convidada (de certeza!)
E espero que a Prova Oral nunca acabe!!!!

Sandra
2008-10-14 19:28:08
Tenho 30 anos e sou casada há 2 anos. Neste momento não quero, nem posso ter filhos: estou a fazer doutoramento e este ocupa-me todo o tempo. Durante estes dois anos, tenho sido obrigada a ouvir frequentemente " E então? Ainda não tens filhos? Já era tempo!" ou a enfrentar olhares "esquisitos" de outras amigas que vão tendo filhos e que não entendem o porquê de eu não ter ainda instinto maternal. Outra situação que me tem sido dado a observar é que os casais quando têm filhos começam a juntar-se a outros casais com filhos e a deixarem de lado os outros que ainda não deram esse passo. Porque será que isto acontece? Será que ser mãe (ou pai) significa abdicar de uma parte da personalidade e dos interesses da pessoa?!
Ora, já era hora de alguém escrever um livro destes. As pessoas têm de entender que ser mulher não é sinónimo de ser mãe. Ser mulher é muito mais do que isso.

Maria
2008-10-14 19:26:26
Ainda não sei se quero...
Olá boa tarde, vou directa ao tema! Não sei se kero ter filhos!! Não sei porque não sei.. Tenho 33 anos e não sei se quero,não sinto o tal relogio biológico, às vezes penso em ter mas depois tambem dou comigo a pensar que estou bem assim e acreditem que não é por razões financeiras,profissionais ou por falta de apoio da familia.
Tenho amigas k me dizem que se eu algum dia tiver filhos vou mudar a minha maneira de pensar e até que vou dizer QUE FOI A MELHOR COISA K ME ACONTECEU, que se EU SOUBESSE JÁ TINHA TIDO Á MAIS TEMPO e tal , mas....
Confesso que nesta altura a pressão já é muita por parte de toda a gente, amigos, familia, conhecidos l, ainda bem que o meu marido apesar de ser um apaixonado por crianças está um bocadinho do meu lado. No fundo não sei se quero a responsabilidade de ter um filho e acreditem poucas pessoas me compreendem...

Ana Silva
2008-10-14 19:26:17
Certas mentalidades tendem a desaparecer.
Cresci com o ideal de casar e ter filhos, mas à medida que fui crescendo e ultrapassando a adolescência (tenho 30 anos) deixei de pensar dessa maneira. Hoje já nem sequer penso em casamento, e quanto a crianças nem pensar. Gosto de crianças na mesma, mas ter filhos está neste momento fora do universo das minhas prioridades. E quanto a possíveis tique-taques de supostos relógios biológicos, não tenho quaisquer remorsos por num futuro próximo nunca mais poder engravidar. Acho que é uma questão de respeitar as decisões das pessoas e se há casais que querem ter filhos, há que respeitar as decisões dos que não querem.

maria
2008-10-14 19:25:38
eu gostava de ter 3 filhos mas na altura certa não sei será bem assim, acho que se trata de uma grande felicidade(pelo que dizem normalmente), mas também de uma grande responsabilidade. por isso acho que não se deve ter filhos apenas porque é o «normal», por tradição. todos somos livres e temos direito à escolha, por isso acho que devemos respeitar as opiniões e pensamentos de cada um.

João
2008-10-14 19:24:10
o mesmo acontece aos homens que nao se casam...
bom tema Alvim. o mesmo acontece aos homens que nao se casam numa certa idade. sao considerados como gays ou sao pessoas de vida perdida....

BigPau
2008-10-14 19:21:31
À IMAGEM DA ANTENA 3
Sem dúvida, a foto de entrada do assunto de hoje é um verdadeiro atentado. Gostei da maneira como a convidada manifestou o seu desagrado pelo facto, sem papas na língua!
Mas atenção, o emprego desta imagem neste contexto, com o propósito que efectivamente tem é bem a imagem desta Antena 3, do sr Albin (Mr Bobis) e as suas COWGIRLS!

Sonia
2008-10-14 19:20:50
Obrigado Obrigado Obrigado!
Finalmente uma mulher que procura descomplexar a escolha que cada uma de nós tem: ter ou NÃO ter filhos! E NÃO TER FILHOS é uma escolha como qualquer outra, e não ser olhada de forma 'estranha' e 'anormal' por isso é ainda infelizmente uma raridade ....
Obrigado Obrigado Obrigado!
Obrigado Obrigado Obrigado !
MUITO OBRIGADO !!!!!!!!!!!!!!!
;)

Daniela
2008-10-14 19:19:28
só p'ra dizer
realmente a mulher tá com uma cara de quem odeiam criancinhas. maléfica!

ana
2008-10-14 19:19:17
cm eu compreendo a vossa convidada...

Ricardo
2008-10-14 19:18:41
A convidada pode não querer ter filhos mas merece bem ir treinando :)

maria do carmo
2008-10-14 18:42:58
eu também não
Olá Fernando e Cátia,
gosto muito de vos ouvir, obrigada e continuem assim.
quanto ao tema eu também não quero ter filhos mas não tenho nenhum motivo em especial. Acho que não tenho filhos porque não tenho motivos para os ter e não para os não ter. Felizmente sou casada há 20 anos e o meu marido pensa da mesma maneira.
beijinhos

Mangunde
2008-10-14 17:40:07
Quando será a altura certa?
O problema que nos debatemos hoje em dia: Será que é a altura certa?
Casámos há um ano, temos prestação da casa, prestação do carro, despesas fixas: água, luz, gás, condomínio... e queremos continuar a ter alguma qualidade de vida...
Um filho agora irá estrangular as nossas finanças.
Mas este cenário irá manter-se pelos próximos 5, 10... 20 anos.
quando será a altura certa?

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

o que se ouve hoje neste t1



"Beijas Como Uma Freira", Tiago Guillul

Entra pelos ouvidos como um cotonete que faz cócegas. E gosta-se! Tenho na boca este rebuçado literário: "A Isabel é intelectual / porque perdeu a virgindade / na Feira do Livro". Sublime!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

update #01

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

auto-promoção


Ora aí está ele. O "parto" foi difícil, mas o meu rebento nasceu saudável e cheio de vontade de ser lido. Em breve, nas livrarias. A "mãe" está orgulhosa e babada...

"Não Quero Ser Mãe - Quando As Mulheres Decidem Não Ter Filhos"
Laura Alves
Editora Livros de Seda

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

doces

Há momentos perfeitos na vida. Como chegar a casa e comer uma enorme taça de gelado enquanto se ouve "Standing Next To Me" dos Last Shadow Puppets.

easy rider

- Tou, Lex? Estás em casa?
- Olá... Pá, que número é este? Mudaste de número?
- Não, já tenho há algum tempo... Olha, estás em casa?
- Estou.
- Queres ir beber um café? Traz o capacete.

E foi assim que resgatei do armário o capacete d'outros tempos e fui beber, não um café, mas uma imperial com o Francisco, aka Paco, uma das duas pessoas que ainda me chama de Lex. Não o via há tanto tempo, e tanta coisa aconteceu entretanto. Pus o capacete, montei na Virago e, de repente, a brisa quente da noite trouxe-me de volta recordações de uma vida passada (e já arrumada no fundo da memória), de viagens inesquecíveis à pendura numa mota. Obrigada, pá! :)


A caminho de Barcelona, num belo sítio chamado... nenhures.
Abril de 2002


(Ah, e da próxima vez que fores ter com uma miúda que não vês há muito tempo, não lhe digas de imediato que está mais gorda... ;))