domingo, 11 de novembro de 2007

"eu quero a rosa rosa..."


Lula Pena

Não sou pessoa de fado. Já me basta aguentar o meu... Mas, por vezes, quando me é dado a ouvir alguém que desconstrói o tradicional e volta a coser a música num engenhoso "patchwork", sustenho a respiração, fecho os olhos e deixo-me levar pela cintura. Aconteceu-me com A Naifa, cujo trabalho tenho acompanhado desde os primeiros rasgões na pele. E acontece-me agora com uma senhora-menina que já anda por cá (e por lá) há alguns anos, mas que só agora tive o prazer (e que prazer!) de conhecer.
Lula Pena, ontem à noite, no Cabaret Maxime, mostrou-me como um "bicho-do-mato" pode ter uma voz imensa e tragicamente aveludada, daquelas que nos arrepiam os pêlos dos braços e nos fazem não desviar os olhos do palco por um segundo que seja. Fado? Aquilo não é fado, é o que ela quiser, quando ela quiser. É Amália e Chico Buarque, é Fausto e Culture Club, em português, francês, inglês ou sotaque brasileiro. Quando a respiração dela se transformou em música, apaixonei-me por Lula Pena.

Adenda:

2 comentários:

António Pires disse...

Laura:

A respiração dela parece os foles de mil acordeões... ou sexo virtual de sereias e ninfas e esfinges em Alfa de Centauro. No Maxime foi (mais) um grande concerto da Lula Pena, sim!!! E o teu lindíssimo texto faz-lhe justiça :)) Era tão bom que viesse aí um álbum novo e pudéssemos, todos nós, «levar» a Lula para casa... Mesmo assim, dessa forma virtual...

Beijos...

laura disse...

"Sexo virtual de sereias e ninfas e esfinges em Alfa de Centauro"? Eh lá! Ainda não bebei café, esta imagem é demasiado forte antes de meter cafeína na veia... :))) Mas a Lula é tão bonita! Uma personagem estranha, daquelas que eu gosto. E a voz, céus, a voz... Sublime! Ou seria o licor beirão a alterar-me os sentidos? :))