domingo, 29 de junho de 2008

hora prateada

Chama-me, a sombra pintada de verde escuro. Obedeço a um corpo cansado e quente. A erva acolhe-me, sabe de cor as formas de mim. Descalço-me e uma humidade verde resfresca-me a pele. Deitada sob um céu de folhas e flashes de luz intermitente as horas escorrem em direcção ao rio. Além, um pescador de costas queimadas confunde-se com as cores diluídas da tarde. Sopra um vento discreto. O gemer dos carros na ponte, contínuo, zumbido familiar, recorda-me que há vida algures. Contudo, o tempo aqui parou, no silêncio verde escuro por baixo de uma árvore. Viro mais uma página do livro e deixo, mais uma vez, a erva fazer-me cócegas nos pés.

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