quarta-feira, 14 de maio de 2008

meia-noite...

- Posso dizer o resto?
O sorriso de criança a quem, pela primeira vez, deixam ser um bocadinho grande. Nas tuas mãos, esse sorriso. O taxista à espera das indicações. Encosto-me a ti e sopro-te ao ouvido...
- Podes.
Com um ar já sério, de petiz com a missão mais importante do mundo para cumprir, ergues-te um pouco na direcção do condutor, de voz segura:
- Pode parar debaixo da ponte, por favor.
Olhas-me no escuro e sinto-te alegre, completo.
Saímos para a rua, certos de estar num lugar conhecido. De muitos anos, de outras vidas. Desde sempre. Como se tivéssemos apenas dito "até já..."

1 comentário:

Escabroso disse...

É bom "poder". Quando se nos diz "podes" pela primeira vez então...