sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
parede
Absorvo os meus silêncios. Preciso dos meus silêncios, nos meandros dos quais me perco. Uma percussão imaginada, os dedos marcam o ritmo. Falas e eu já deixei de te ouvir. Schhh... Si-lên-ci-o... A rua existe, afinal. A poesia em cada esquina, os passos adormecidos suspensos num sorriso. Uma melodia ausente, que aguarda um olhar em câmara lenta. Fade in. Há uma cegueira em redor do corpo molhado, o vapor esconde o rosto reflectido, apenas adivinhado. A solidão de cair numa cama desconhecida e contar as rachas na parede... Lá fora, um carro passa a grande velocidade. Propositadamente desnecessário.
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