domingo, 30 de novembro de 2008
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
update #13
Entrevista de Sónia Morais Santos para o programa «A Viagem da Cegonha», na Antena 1.
Programa disponível em podcast aqui.
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quarta-feira, 26 de novembro de 2008
cheira-me que...
...mais dia menos dia, isto de ter dois empregos, um cuja máquina de café coloca copinho automaticamente, e outro cuja máquina de café precisa que lhe coloquem o copinho à mão, ainda vai dar problemas...
irra!
Ao longo dos três anos em que o percurso do 15 faz parte do meu quotidiano, já não têm conta as vezes em que, a meio da 24 de Julho, a malta tem de abandonar o eléctrico e fazer o resto do percurso a pé, até poder apanhar outro transporte. A razão? Os atropelamentos. Ontem, mais uma vez, uma pobre desgraçada levou com um carro em cima, desta vez, um táxi, na faixa destinada aos transportes públicos.
Normalmente sou muito crítica em relação às pessoas que atravessam a rua sem olhar, que passam a estrada apesar dos sinais vermelhos para os peões, que se "atiram" à frente de comboios por acharem que ainda dá tempo de atravessar... Contudo, neste caso é diferente. Quem conhece ou já tentou fazer o percurso a pé ao longo da 24 de Julho irá perceber a causa de tantos atropelamentos.
Ontem, a cena passou-se um pouco antes do viaduto da Infante Santo. Mas poderia ter acontecido em qualquer outra parte da avenida. A largura dos passeios, tanto ao longo da linha do comboio como no separador central, ou mesmo do outro lado, é, no mínimo, ridícula. Eu, felizmente, até sou magrita e não tenho grandes problemas em me equilibrar num desses "passeios bambos" - que, para ajudar à coisa, ainda têm postes de electricidade plantados no meio - mas acredito que alguém mais anafado não tenha a mesma sorte. Aliás, seria impensável fazer um desses percursos com uma criança pela mão.
Eu sei que, nesta sociedade automobilizada, poucas serão as pessoas que, por alguma necessidade ou loucura momentânea, irão percorrer a Avenida 24 de Julho a pé. Eu já o fiz muitas vezes, umas por gosto de andar a pé, outras por falta de dinheiro para comprar o passe - a crise toca a todos e eu não me chamo Dias Loureiro. Felizmente, nunca fui albaroada por nenhum carro, mas admito que já senti calafrios à passagem de autocarros na bisga. Recomendação: prendam bem os cachecóis, não vá o dito cujo ficar preso a um qualquer espelho retrovisor.
Isto tudo para manifestar a minha irritação quanto à falta de cuidado na planificação urbanística da 24 de Julho, onde o peão é o que menos interessa para o caso. A senhora que ontem estava rodeada de socorristas do INEM, de polícias e de uma multidão de curiosos que aproveitavam a saída forçada dos transportes públicos para "molhar o pãozinho no sangue"? Essa pouco interessará, excepto aos condutores que gostariam de perceber a razão do congestionamento, uma maçada que não permite chegar a tempo ao destino.
Desconheço se a senhora atropelada estava viva, com muitas ou poucas lesões. Não fiquei o tempo suficiente para o saber, até porque estava mais entretida a fazer equilibrismo no passeio que separa as faixas da avenida, em busca de um semáforo onde pudesse atravessar. Só o pude fazer lá muito à frente, onde a 24 de Julho vira para Alcântara. Pelo caminho constatei que, afinal, a ideia dos contentores nem me parece assim tão má. Afinal, Lisboa não é absolutamente nada das pessoas, por isso, mais vale encher tudo de carros, de contentores, de estradas e de túneis, e mandar as pessoas embora daqui. E enquanto penso nisto, o sinal da Avenida de Ceuta está verde para os peões. Atravesso e, por pouco, não levo com um carro em cima. O filho da mãe atravessou o vermelho... Irra!!!!!!!
Normalmente sou muito crítica em relação às pessoas que atravessam a rua sem olhar, que passam a estrada apesar dos sinais vermelhos para os peões, que se "atiram" à frente de comboios por acharem que ainda dá tempo de atravessar... Contudo, neste caso é diferente. Quem conhece ou já tentou fazer o percurso a pé ao longo da 24 de Julho irá perceber a causa de tantos atropelamentos.
Ontem, a cena passou-se um pouco antes do viaduto da Infante Santo. Mas poderia ter acontecido em qualquer outra parte da avenida. A largura dos passeios, tanto ao longo da linha do comboio como no separador central, ou mesmo do outro lado, é, no mínimo, ridícula. Eu, felizmente, até sou magrita e não tenho grandes problemas em me equilibrar num desses "passeios bambos" - que, para ajudar à coisa, ainda têm postes de electricidade plantados no meio - mas acredito que alguém mais anafado não tenha a mesma sorte. Aliás, seria impensável fazer um desses percursos com uma criança pela mão.
Eu sei que, nesta sociedade automobilizada, poucas serão as pessoas que, por alguma necessidade ou loucura momentânea, irão percorrer a Avenida 24 de Julho a pé. Eu já o fiz muitas vezes, umas por gosto de andar a pé, outras por falta de dinheiro para comprar o passe - a crise toca a todos e eu não me chamo Dias Loureiro. Felizmente, nunca fui albaroada por nenhum carro, mas admito que já senti calafrios à passagem de autocarros na bisga. Recomendação: prendam bem os cachecóis, não vá o dito cujo ficar preso a um qualquer espelho retrovisor.
Isto tudo para manifestar a minha irritação quanto à falta de cuidado na planificação urbanística da 24 de Julho, onde o peão é o que menos interessa para o caso. A senhora que ontem estava rodeada de socorristas do INEM, de polícias e de uma multidão de curiosos que aproveitavam a saída forçada dos transportes públicos para "molhar o pãozinho no sangue"? Essa pouco interessará, excepto aos condutores que gostariam de perceber a razão do congestionamento, uma maçada que não permite chegar a tempo ao destino.
Desconheço se a senhora atropelada estava viva, com muitas ou poucas lesões. Não fiquei o tempo suficiente para o saber, até porque estava mais entretida a fazer equilibrismo no passeio que separa as faixas da avenida, em busca de um semáforo onde pudesse atravessar. Só o pude fazer lá muito à frente, onde a 24 de Julho vira para Alcântara. Pelo caminho constatei que, afinal, a ideia dos contentores nem me parece assim tão má. Afinal, Lisboa não é absolutamente nada das pessoas, por isso, mais vale encher tudo de carros, de contentores, de estradas e de túneis, e mandar as pessoas embora daqui. E enquanto penso nisto, o sinal da Avenida de Ceuta está verde para os peões. Atravesso e, por pouco, não levo com um carro em cima. O filho da mãe atravessou o vermelho... Irra!!!!!!!
domingo, 23 de novembro de 2008
armazéns do shiatsu
As dores nas costas têm sido do caraças. Decidi tratar melhor de mim e fazer algumas sessões de shiatsu. À falta de referências, contactei o Instituto Macrobiótico e marquei uma consulta. Já sabia que me iria sentir melhor após a primeira sessão, dadas as várias tensões acumuladas ao longo dos últimos tempo (já para não dizer anos...). Não estava era preparada para a tareia física e emocional que a Ana, a terapeuta, me deu. Durante uma hora o meu corpo falou por mim e disse coisas que eu nem sempre posso ou tenho oportunidade de verbalizar. As camadas, defesas e tensões foram lentamente dissolvidas, mas ainda há muito para fazer, para desbloquear. Há muito tempo que não me sentia tão relaxada, tão em paz, apesar de me doerem vários músculos, como se tivesse acabado de correr os 100 metros barreiras. Saí de lá com um sorriso e subi o Chiado muito devagar. Leve, leve...
sábado, 22 de novembro de 2008
ovos (sem ministra)
Hoje de manhã, quando me preparava para fazer uns ovos mexidos para o pequeno-almoço, descobri que tinha um ovo a menos em cima da bancada da cozinha.
Hoje de manhã, com extremo desconsolo, o meu gato Charlot descobriu que os ovos crus, quando caem ao chão, não rebolam.
Hoje de manhã, com extremo desconsolo, o meu gato Charlot descobriu que os ovos crus, quando caem ao chão, não rebolam.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
xárápe!!!
Hoje mandei calar um puto que ia com a discoteca a bombar no telemóvel. Eu estava ao telefone no autocarro e com a delicadeza que me foi possível atirei: «Vê lá se baixas essa $&*#%#!!!!!». Não foi bem assim, mas podia ter sido. De qualquer forma, soube-me bem.
ironias do desatino
No novo emprego sou apresentada à senhora da recepção. Antes de conseguir dizer qualquer coisa, levo com esta:
- Ah! Está grávida?
Meio envergonhada, olho para a barriga e respondo baixinho:
- Não... Eu estou é um bocado gorda...
Acho mal. Já uma gaja não pode estar com a barriga um pedacito inchada - não vou teorizar acerca das mudanças hormonais, bexiga cheia ou o enfartamento do almoço - que levamos logo com esta. Maldita tirania do ventre liso! Ora, até conheço quem ache sensual uma barriguinha proeminente. Senhora, vá ver o "Pulp Fiction"! Devia ter sacado de um livrito cá dos meus, isso sim...
- Ah! Está grávida?
Meio envergonhada, olho para a barriga e respondo baixinho:
- Não... Eu estou é um bocado gorda...
Acho mal. Já uma gaja não pode estar com a barriga um pedacito inchada - não vou teorizar acerca das mudanças hormonais, bexiga cheia ou o enfartamento do almoço - que levamos logo com esta. Maldita tirania do ventre liso! Ora, até conheço quem ache sensual uma barriguinha proeminente. Senhora, vá ver o "Pulp Fiction"! Devia ter sacado de um livrito cá dos meus, isso sim...
update #12
Há um artigo de página dupla sobre o meu livro na revista Mulher Moderna. Questiono-me se eu própria serei uma «mulher moderna», mas a verdade é que não tenho scanner e ainda não me dei ao trabalho de fotografar as páginas. Ou a empresa que edita a revista podia ser amiga e disponibilizar a edição em formato pdf...
Adenda: O que me vale é que a responsável pelo marketing da Livros de Seda, está sempre em cima do acontecimento e fez o favor de me enviar o referido artigo. Ei-lo.
Adenda: O que me vale é que a responsável pelo marketing da Livros de Seda, está sempre em cima do acontecimento e fez o favor de me enviar o referido artigo. Ei-lo.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
o princípio KISS*
Rebolo-me no chão a rir de cada vez que, ao ver os noticiários televisivos, descubro mais um iluminado a falar sobre a produtividade dos trabalhadores portugueses. Depois de se anunciar, de forma catastrófica, que a produtividade dos ditos voltou a baixar ou, na melhor das hipóteses, estagnou, lá vêm os teóricos da gestão e os exemplos positivos de empresas nacionais que conseguem contornar a situação.
É nesta parte que os meus neurónios entram em choque e começo a lançar impropérios contra a televisão. Será preciso ter uma licenciatura em Economia, um MBA em Gestão de Empresas ou um doutoramento em Psicologia das Organizações para perceber o que, no meu entender, é tão simples como estrelar um ovo? Das duas uma: ou eu sou uma excelente cozinheira de ovos, ou os tipos e tipas à frente das empresas andam, de facto, a brincar com a malta.
Para ajudar alguns «iluminados» que gerem as empresas portuguesas - não as que são bons exemplos, que com essas eu não me preocupo - lanço aqui algumas sugestões de procedimento, de forma a aumentarem a produtividade dos seus trabalhadores. Gestores da minha terra, podem fazer «forward» via mail aos vossos subalternos, imprimir e afixar no quadro de cortiça junto à máquina de café e - não vos faz mal nenhum - colocar estas dicas no desktop do vosso computador. Ah, e escusam de agradecer...
1. Não marque reuniões para as 18h. A sério. Mesmo que o pessoal saia às 19h, é o suficiente para estragar o bom-humor de qualquer um. Pense: a maior parte dos estabelecimentos fecha às 19h ou 19h30. Raramente uma reunião dura o tempo previsto. Se alguém precisava de ir à farmácia comprar uma embalagem de pílula contraceptiva, se calhar, nessa noite é melhor usar preservativo...
2. Se um trabalhador resolve passar pela empresa ao fim-de-semana para adiantar trabalho ou tratar de assuntos que ficaram pendentes durante a semana, talvez não seja boa ideia dar-lhe mais trabalho a pensar nessas horas de trabalho extra. Hello?? Se a pessoa prescinde do seu tempo livre para não afectar a produtividade da empresa, acha que vai ajudar dar-lhe ainda mais tarefas?
3. Se gosta de controlar a hora de chegada dos seus empregados, talvez seja boa ideia verificar a que horas é que eles saem. Ou seja, a sua empresa só terá a ganhar se, em vez de implicar com alguém que chega às 10h, passar a louvar o esforço dessa mesma pessoa que, por acaso, até costuma sair pelas 21h ou 22h...
4. Privar os seus empregados de água engarrafada ou de café não abona muito a favor das suas competências de gestor. Tal como a recomendação para que bebam água da torneira, independentemente de esta saber a cano, ou de que não bebam café... Não comece você a preparar o seu homicídio.
5. A técnica do «se eu não digo nada é porque está bem» pode ser lógica para si, mas não costuma ser para os trabalhadores. Especialmente se a sua empresa é adepta da técnica «berrar desalmadamente quando algo está mal». Já ouviu falar em motivação? Muitas vezes, um salário menos bom pode ser compensado com algumas prendas verbais, puxando pelas capacidades e pontos fortes do trabalhador. Agora, não comece é a espalhar elogios sem fundamento a torto e a direito, esquecendo-se de aumentar o salário à malta, hã?
*Keep It Simple, Stupid!
É nesta parte que os meus neurónios entram em choque e começo a lançar impropérios contra a televisão. Será preciso ter uma licenciatura em Economia, um MBA em Gestão de Empresas ou um doutoramento em Psicologia das Organizações para perceber o que, no meu entender, é tão simples como estrelar um ovo? Das duas uma: ou eu sou uma excelente cozinheira de ovos, ou os tipos e tipas à frente das empresas andam, de facto, a brincar com a malta.
Para ajudar alguns «iluminados» que gerem as empresas portuguesas - não as que são bons exemplos, que com essas eu não me preocupo - lanço aqui algumas sugestões de procedimento, de forma a aumentarem a produtividade dos seus trabalhadores. Gestores da minha terra, podem fazer «forward» via mail aos vossos subalternos, imprimir e afixar no quadro de cortiça junto à máquina de café e - não vos faz mal nenhum - colocar estas dicas no desktop do vosso computador. Ah, e escusam de agradecer...
1. Não marque reuniões para as 18h. A sério. Mesmo que o pessoal saia às 19h, é o suficiente para estragar o bom-humor de qualquer um. Pense: a maior parte dos estabelecimentos fecha às 19h ou 19h30. Raramente uma reunião dura o tempo previsto. Se alguém precisava de ir à farmácia comprar uma embalagem de pílula contraceptiva, se calhar, nessa noite é melhor usar preservativo...
2. Se um trabalhador resolve passar pela empresa ao fim-de-semana para adiantar trabalho ou tratar de assuntos que ficaram pendentes durante a semana, talvez não seja boa ideia dar-lhe mais trabalho a pensar nessas horas de trabalho extra. Hello?? Se a pessoa prescinde do seu tempo livre para não afectar a produtividade da empresa, acha que vai ajudar dar-lhe ainda mais tarefas?
3. Se gosta de controlar a hora de chegada dos seus empregados, talvez seja boa ideia verificar a que horas é que eles saem. Ou seja, a sua empresa só terá a ganhar se, em vez de implicar com alguém que chega às 10h, passar a louvar o esforço dessa mesma pessoa que, por acaso, até costuma sair pelas 21h ou 22h...
4. Privar os seus empregados de água engarrafada ou de café não abona muito a favor das suas competências de gestor. Tal como a recomendação para que bebam água da torneira, independentemente de esta saber a cano, ou de que não bebam café... Não comece você a preparar o seu homicídio.
5. A técnica do «se eu não digo nada é porque está bem» pode ser lógica para si, mas não costuma ser para os trabalhadores. Especialmente se a sua empresa é adepta da técnica «berrar desalmadamente quando algo está mal». Já ouviu falar em motivação? Muitas vezes, um salário menos bom pode ser compensado com algumas prendas verbais, puxando pelas capacidades e pontos fortes do trabalhador. Agora, não comece é a espalhar elogios sem fundamento a torto e a direito, esquecendo-se de aumentar o salário à malta, hã?
*Keep It Simple, Stupid!
terça-feira, 18 de novembro de 2008
negócio da china
A loja de chineses junto à paragem do autocarro que apanho de manhã tem a montra renovada. O pó foi limpo e os «bibelôs» trocados por ornamentos mais festivos. Isto pode não ser importante para o comum dos mortais, mas tem o seu peso no meu quotidiano e rotina matinal...
domingo, 16 de novembro de 2008
sábado, 15 de novembro de 2008
update #10
Eis a primeira crítica ao meu livro - para além das opiniões das pessoas que acompanharam a sua escrita, claro está. Apesar de ser de uma pessoa amiga e, logo, suspeita, não deixa de ser um bom resumo do que é este «Não Quero Ser Mãe». Tem havido alguma confusão acerca do objectivo da obra, pelo que nunca é demais frisar: não é uma tomada de posição da autora, não é um panfleto feminista, não é propaganda de qualquer espécie. É, sim, uma reportagem acerca de uma opção de vida, sendo que a única apologia que se faz é a da tolerância e da aceitação da diversidade. Obrigada pela crítica, Maggie, e ainda mais por teres vindo de tão longe de propósito!
«Gostei muito da apresentação de ontem, sou sincera, só tenho pena de não ter podido ficar até ao fim, mas como tinha de trabalhar hoje… Adorei conhecer as corajosas entrevistadas! É sempre giro associar o nome a uma cara e foram super simpáticas. Espero que esta seja a primeira de muitas apresentações de sucesso, pois quando fores mais famosa que o José Rodrigues dos Santos, quero poder dizer aos meus amigos “estás a ver a Laura Alves, eu estive na primeira apresentação dela!”
Na viagem de regresso acabei de ler o teu livro. Estás preparada para a minha crítica?
Adorei! A sério, gostei mesmo muito! Usas uma linguagem simples, não és maçadora e prendes a atenção do leitor. Não te perdes muito em considerações teóricas, e as referências que fizeste estão bem contextualizadas (Elizabeth Badinter fica sempre bem em qualquer livro que foque as vivências das mulheres). Intercalaste muito bem as experiências das entrevistadas com as opiniões dos especialistas (Isabel Leal e Machado Vaz são dois pesos pesados na área e uma mais-valia para o livro). Adorei o posfácio da Carla Quevedo. Gosto muito das crónicas dela na revista do Sol e ela não desiludiu.
Penso que o livro tem tudo para ser bem acolhido pelo público. Muitas mulheres vão identificar-se com certas passagens e não só aquelas que assumem não querer ter filhos. Todas as mulheres, que ousam seguir um percurso diferente daquele que é considerado “normal” para uma mulher, vão adorar as histórias. Afinal, que gaja solteira, com mais de 30 anos, já não se sentiu “um peixe fora de água” em casamentos onde predominam os casais e conversas de fraldas? E aquelas tias insuportáveis, que não têm mais nada que perguntar a não ser “Então, quando é a tua vez?”
Força rapariga, chegou o teu momento de brilhar! O próximo ano vai ser fantástico, vais ver!»
«Gostei muito da apresentação de ontem, sou sincera, só tenho pena de não ter podido ficar até ao fim, mas como tinha de trabalhar hoje… Adorei conhecer as corajosas entrevistadas! É sempre giro associar o nome a uma cara e foram super simpáticas. Espero que esta seja a primeira de muitas apresentações de sucesso, pois quando fores mais famosa que o José Rodrigues dos Santos, quero poder dizer aos meus amigos “estás a ver a Laura Alves, eu estive na primeira apresentação dela!”
Na viagem de regresso acabei de ler o teu livro. Estás preparada para a minha crítica?
Adorei! A sério, gostei mesmo muito! Usas uma linguagem simples, não és maçadora e prendes a atenção do leitor. Não te perdes muito em considerações teóricas, e as referências que fizeste estão bem contextualizadas (Elizabeth Badinter fica sempre bem em qualquer livro que foque as vivências das mulheres). Intercalaste muito bem as experiências das entrevistadas com as opiniões dos especialistas (Isabel Leal e Machado Vaz são dois pesos pesados na área e uma mais-valia para o livro). Adorei o posfácio da Carla Quevedo. Gosto muito das crónicas dela na revista do Sol e ela não desiludiu.
Penso que o livro tem tudo para ser bem acolhido pelo público. Muitas mulheres vão identificar-se com certas passagens e não só aquelas que assumem não querer ter filhos. Todas as mulheres, que ousam seguir um percurso diferente daquele que é considerado “normal” para uma mulher, vão adorar as histórias. Afinal, que gaja solteira, com mais de 30 anos, já não se sentiu “um peixe fora de água” em casamentos onde predominam os casais e conversas de fraldas? E aquelas tias insuportáveis, que não têm mais nada que perguntar a não ser “Então, quando é a tua vez?”
Força rapariga, chegou o teu momento de brilhar! O próximo ano vai ser fantástico, vais ver!»
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
update #09 (ufa!!)
Ah, e tal, escreves um livro, dás umas entrevistas à tv, à rádio e à imprensa, e depois fazemos o lançamento na Fnac... Na descontra. Na descontra??? Tomara eu que fazer a apresentação do livro fosse «tão fácil» como escrevê-lo.
Chegado o dia marcado, feitos os convites, telefonemas e confirmações de última hora via mail ou msn, o estômago começa lentamente a embrulhar-se. Entre o emprego da parte da manhã e o emprego da parte da tarde não tenho tempo (nem fome!) para almoçar. Entre duas tarefas desloco-me ao café da esquina para deglutir dois croquetes, uma coca-cola e um café. E dois cigarros.
Chega a hora de sair em direcção ao Centro Comercial Vasco da Gama. O autocarro demora a aparecer e decido apanhar um táxi. Não tenho dinheiro na carteira e não há multibancos à vista. Telefonema rápido: «Já estás no Vasco da Vama? Faz-me um favor, vem ter comigo à entrada e paga-me o táxi, que estou sem dinheiro...» Lentamente apercebo-me que os últimos minutos antes da hora «fatídica» estão a esgotar-se. Começo a sentir palpitações e um aperto angustiante no peito. Era o que me faltava, dar-me uma sulipampa antes de lá chegar... Procuro a embalagem de Victans para as emergências e espero que funcione. Afinal, isto é uma emergência!! No destino, o táxi é pago. «Pá, não me estou a sentir muito bem... Já tomei um comprimido, mas estou toda atrofiada, estou super nervosa...» «Calma. Queres sentar-te um bocadinho? Estás um bocado pálida...»
Um chá de camomila e algumas palavras de encorajamento depois, as mãos ainda tremem, mas a enormidade da tarefa começa a parecer menos assustadora. Aos poucos, as caras conhecidas vão aparecendo, e a tarefa de fazer as apresentações e dar atenção a toda a gente distrai-me das palpitações e da insegurança na voz. Sinto que falo demasiado rápido, mas talvez seja o meu cérebro a descarregar o stress. Recebo flores. Dou beijos e distribuo sorrisos. Sinto carinho e vejo amigos com quem não estava há meses.
Está na hora. Sentamo-nos. Começam as apresentações. A voz torna-se mais segura e aí vai disto!
Fotos de Michelle Vieira
Sessão de lançamento de «Não Quero Ser Mãe - Quando as Mulheres Decidem Não Ter Filhos», mini-auditório da Fnac do Centro Comercial Vasco da Gama (Parque das Nações).
Convidados: Pedro Vasconcelos, sociólogo e investigador do ISCTE; Ana Cid Gonçalves, secretária-geral da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas.
Moderação do debate: Laura Alves, jornalista.
O susto já passou! O coração bate a um ritmo normal e as mãos estão mais firmes. O debate foi produtivo e tive o prazer enorme de ver o auditório repleto de amigos e amigas, de pessoas espectaculares com quem tenho a sorte de partilhar diversas partes da minha vida. De ex-colegas a novos colegas de trabalho, de pessoas que apanharam o metro a outras que vieram de Ílhavo de propósito, de colegas de curso que não via há dez anos a amigos cibernéticos que se tornaram praticamente irmãos, não esquecendo as mulheres que contribuíram com as suas histórias para o livro e vieram dar a sua força a este projecto, foi um momento recheado de emoções indescritíveis. Obrigada a todos os que puderam aparecer, em especial a Pedro Vasconcelos e Ana Cid Gonçalves, que contribuíram para um debate deveras interessante, mas também a quem, por diversas razões inesperadas, não pôde estar presente.
Esta missão está cumprida. Agora com licença, que vou para casa tirar estes sapatos de salto alto...
Chegado o dia marcado, feitos os convites, telefonemas e confirmações de última hora via mail ou msn, o estômago começa lentamente a embrulhar-se. Entre o emprego da parte da manhã e o emprego da parte da tarde não tenho tempo (nem fome!) para almoçar. Entre duas tarefas desloco-me ao café da esquina para deglutir dois croquetes, uma coca-cola e um café. E dois cigarros.
Chega a hora de sair em direcção ao Centro Comercial Vasco da Gama. O autocarro demora a aparecer e decido apanhar um táxi. Não tenho dinheiro na carteira e não há multibancos à vista. Telefonema rápido: «Já estás no Vasco da Vama? Faz-me um favor, vem ter comigo à entrada e paga-me o táxi, que estou sem dinheiro...» Lentamente apercebo-me que os últimos minutos antes da hora «fatídica» estão a esgotar-se. Começo a sentir palpitações e um aperto angustiante no peito. Era o que me faltava, dar-me uma sulipampa antes de lá chegar... Procuro a embalagem de Victans para as emergências e espero que funcione. Afinal, isto é uma emergência!! No destino, o táxi é pago. «Pá, não me estou a sentir muito bem... Já tomei um comprimido, mas estou toda atrofiada, estou super nervosa...» «Calma. Queres sentar-te um bocadinho? Estás um bocado pálida...»
Um chá de camomila e algumas palavras de encorajamento depois, as mãos ainda tremem, mas a enormidade da tarefa começa a parecer menos assustadora. Aos poucos, as caras conhecidas vão aparecendo, e a tarefa de fazer as apresentações e dar atenção a toda a gente distrai-me das palpitações e da insegurança na voz. Sinto que falo demasiado rápido, mas talvez seja o meu cérebro a descarregar o stress. Recebo flores. Dou beijos e distribuo sorrisos. Sinto carinho e vejo amigos com quem não estava há meses.
Está na hora. Sentamo-nos. Começam as apresentações. A voz torna-se mais segura e aí vai disto!
Fotos de Michelle Vieira
Sessão de lançamento de «Não Quero Ser Mãe - Quando as Mulheres Decidem Não Ter Filhos», mini-auditório da Fnac do Centro Comercial Vasco da Gama (Parque das Nações).
Convidados: Pedro Vasconcelos, sociólogo e investigador do ISCTE; Ana Cid Gonçalves, secretária-geral da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas.
Moderação do debate: Laura Alves, jornalista.
O susto já passou! O coração bate a um ritmo normal e as mãos estão mais firmes. O debate foi produtivo e tive o prazer enorme de ver o auditório repleto de amigos e amigas, de pessoas espectaculares com quem tenho a sorte de partilhar diversas partes da minha vida. De ex-colegas a novos colegas de trabalho, de pessoas que apanharam o metro a outras que vieram de Ílhavo de propósito, de colegas de curso que não via há dez anos a amigos cibernéticos que se tornaram praticamente irmãos, não esquecendo as mulheres que contribuíram com as suas histórias para o livro e vieram dar a sua força a este projecto, foi um momento recheado de emoções indescritíveis. Obrigada a todos os que puderam aparecer, em especial a Pedro Vasconcelos e Ana Cid Gonçalves, que contribuíram para um debate deveras interessante, mas também a quem, por diversas razões inesperadas, não pôde estar presente.
Esta missão está cumprida. Agora com licença, que vou para casa tirar estes sapatos de salto alto...
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
cantarolar
Um dia que começa com a versão de «Baby Jane» do Rod Stewart pelos Belle & Sebastian só pode correr bem. É levezinha, saltitante, e sabe a céu azul com nuvens.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
terça-feira, 11 de novembro de 2008
jazz em mim
Jazz em mim.
Escrevo no peito contorno, morno
o epitáfio indelével, letra a letra bordado.
D’entre sépias flores secas, o adorno
dum beijo morto ao nascer, porque dado.
Jazz em mim, assim
numa imagem nascida dum cheiro,
numa dança que os sentidos engane,
escorrega-nos, licoroso, um gole de Coltrane.
Jazzas-me, pois, tão bem, homem inteiro.
E o gotejar e o chover palavra e gesto
em compassos delicados doces de quente.
Abraças-me, ampla, à mulher e ao resto
que na cadência te quer, te olha, te sente.
Jazz...
Assim creio: o teu corpo perece
no desfalecer e pele de nós liberta.
Sou! A terra que agradece
a vinda de ti em luz descoberta.
Jazz em mim. Sim?
Sulca-me de dedos as rugas, fugas
dos corpos nossos já sepultados.
Escavamo-nos. Recusa o ar que ainda sugas
que voz e cântico és, cinza e pós misturados.
Jazz em mim.
Assim.
Suspiros no ouvido em si bemol;
velam-se os mortos no vivo lençol.
Cessa, é finda a música. Schhhh... Devagar...
Não acordes agora. Embalo de repousar...
Jazz em mim. Assim...
Novamente para T., que me percebe e conhece melhor que ninguém. Será sempre dia 14 debaixo da ponte.
Escrevo no peito contorno, morno
o epitáfio indelével, letra a letra bordado.
D’entre sépias flores secas, o adorno
dum beijo morto ao nascer, porque dado.
Jazz em mim, assim
numa imagem nascida dum cheiro,
numa dança que os sentidos engane,
escorrega-nos, licoroso, um gole de Coltrane.
Jazzas-me, pois, tão bem, homem inteiro.
E o gotejar e o chover palavra e gesto
em compassos delicados doces de quente.
Abraças-me, ampla, à mulher e ao resto
que na cadência te quer, te olha, te sente.
Jazz...
Assim creio: o teu corpo perece
no desfalecer e pele de nós liberta.
Sou! A terra que agradece
a vinda de ti em luz descoberta.
Jazz em mim. Sim?
Sulca-me de dedos as rugas, fugas
dos corpos nossos já sepultados.
Escavamo-nos. Recusa o ar que ainda sugas
que voz e cântico és, cinza e pós misturados.
Jazz em mim.
Assim.
Suspiros no ouvido em si bemol;
velam-se os mortos no vivo lençol.
Cessa, é finda a música. Schhhh... Devagar...
Não acordes agora. Embalo de repousar...
Jazz em mim. Assim...
Novamente para T., que me percebe e conhece melhor que ninguém. Será sempre dia 14 debaixo da ponte.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
sábado, 8 de novembro de 2008
no pingo do entrecosto
São migas, ricas, temperadas a gosto
Desejos salpicados molhados em tinto vinho
Noite envolta no pingo do entrecosto
E mais uma garrafa para o caminho!
(«É tão bom, uma amizade assim não tem valor...»)
Desejos salpicados molhados em tinto vinho
Noite envolta no pingo do entrecosto
E mais uma garrafa para o caminho!
(«É tão bom, uma amizade assim não tem valor...»)
terça-feira, 4 de novembro de 2008
update #07
Agenda cultural da Fnac, com referência ao lançamento de "Não Quero Ser Mãe", aqui. A imagem do livro está com uns tons meios psicadélicos. Espero que o pessoal não se assuste, que para algumas pessoas o tema já é suficientemente medonho...
714 - 759 - E15
Quer-me parecer que os seis quilos que acumulei nos últimos tempos estão em vias de desaparecer. É a chamada "dieta-dos-dois-empregos".
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
aNaRChY
É muito raro dar dinheiro quando mo pedem na rua. Não é egoísmo ou insensibilidade. Simplesmente, é-me mais fácil dar uma retribuição a alguém que executa algum tipo de arte - música, animação, teatro, qualquer coisa que me faça parar durante alguns segundos - do que dar dinheiro sem receber nada em troca, por vezes nem um obrigado, ou ceder a chantagens emocionais à custa de crianças de colo ou doenças obscenamente expostas. Hoje, porém, na Rua do Carmo, seguia o meu caminho tão mentalmente exausta que nem hesitei quando a rapariga se aproximou de mim com o boné aberto na mão, à espera de trocos, com uma conversa da qual já nem me recordo. É que, mais atrás, o companheiro de "performance" tocava e cantava tão mal o "Anarchy in the UK" dos Sex Pistols que, cá para os meus botões, pensei: "Pá, vê mas é se usas o dinheiro que ganhaste hoje para ires aprender a cantar!" Deixei-lhes umas quantas moedas pelo esforço...
sábado, 1 de novembro de 2008
sábado à tarde sozinha pela baixa...
Constatação número um: O gene "gaija" está, progressivamente, a tomar conta de mim.
Constatação número dois: Ir às compras é terapêutico, mas apenas durante um quarto de hora.
Constatação número três: Sou um bocadito forreta a comprar roupa...
Constatação número quatro: Fico linda de chapéu. ;)
Constatação número dois: Ir às compras é terapêutico, mas apenas durante um quarto de hora.
Constatação número três: Sou um bocadito forreta a comprar roupa...
Constatação número quatro: Fico linda de chapéu. ;)
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