segunda-feira, 28 de abril de 2008
rua augusta
Passa um cigano a vender óculos, vulto negro de pele curtida do sol, metido para dentro de si, fechado nas vestes escuras e chapéu enfiado. Insiste. Óculos aos molhos escorregam-lhe das mãos e, às cores, os turistas andam, circulam, olham para os lados e já foram. Óculos? Hoje não. Anda um cigano em redor das mesas à procura, à procura... Baratos, dos bons. Sai um café para a mesa do canto. Curvada, a figura pede um cigarro e desanda. Lá à frente o sol desponta entre as nuvens. Arrasta os pés, enterra mais o chapéu e coça o queixo de barbas brancas. Diacho... Há-de haver quem precise de óculos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Será que há alguém que lhes compre óculos? Nunca vi, é um grande mistério, dava um romance!!!
Dava sim senhor... :)
Enviar um comentário