quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
"é pedal, é pedal... tralálálálá..."
Saio de casa em piloto automático. Café, preciso de café... Desço as escadas com trejeitos de malabarista, de bicicleta "a tiracolo". Calço as luvas, enfio o chapéu na cabeça e sinto os primeiros ares da manhã a acariciar-me a cara. Mochila às costas, olho para trás, cautelosa. Não vem nenhum. Crio um impulso, piso o pedal direito, começo o sincronismo corporal que me leva até ao trabalho. Mais adiante cruzo-me com o 15. Vem decorado com luzes e, aos comandos da máquina, um Pai Natal de longas barbas lança um aceno na minha direcção. Tlem! Tlem! Tlem! Sim, é a ti que estou a acenar! Tlem! Tlem! Tlem! Devagar, a mão esquerda larga o volante da bicicleta. E, como se o braço estivesse ligado por linhas invisíveis aos meus lábios, enquanto os dedos respondem ao cumprimento, no meu rosto desenha-se o primeiro sorriso do dia. Não será o maior sorriso do dia, sei-o, mas é, sem dúvida, um dos mais preciosos.
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