O vento passa por entre os pinheiros
Num sopro suave, dança, ao entardecer
Púrpuras, as nuvens, são como veleiros
Navegam em mar de céu de vista a perder.
Sossega, criança, a noite desprende devagar
Há caruma aos pés, musgo fofo de almofada
Bolotas e cogumelos, frágeis teias d’encantar.
Faz um barco de carcódia, partes com a alvorada.
Acolá, uma rã mergulha nas águas quietas
Cobertas de ervas e limos. E mais duas que saltam!
Mil cores reflectidas: libélulas de asas abertas
São as princesas que nesta história faltam.
Com folhas de castanheiro faço uma coroa bela
Sou a rainha orgulhosa deste pedaço de terra
Tenho um exército de bugalhos e uma espada amarela
Corro atrás dum gafanhoto e declaro-lhe guerra.
Toca uma orquestra inventada pelas ladeiras
Os muros passados a salto, em ritmos ermos
São entraves breves – há mil e uma maneiras
De viver outras vidas: basta querermos.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
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2 comentários:
que o exército de bugalhos se multiplique e que a tua espada amarela chegue para desbravar todo o caminho à tua frente.
feliz 2008.
e obrigado.
Meu querido "disparos acidentais", o exército irá multiplicar-se, sem dúvida. E que haja sempre caminho à nossa frente para desbravar. Um feliz 2008 também para ti. E obrigada... Sempre.
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