quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

sol de inverno

Não gosto do Natal. Desde que o meu avô materno morreu, no Natal de 2001 (nunca conheci o meu avô paterno), toda a cerimónia, que já não me dizia muito, deixou de ter importância. Apesar de a família nunca ter sido muito chegada, a morte do homem que está em grande plano na foto, de peito cheio e cabeça erguida, marcou a ruptura de qualquer coisa ténue que nos unia.



O Natal deixou há muito de ser alegre para se tornar um aglomerado de dias saudosistas, frios e infindáveis. O facto de ter aderido ao ateísmo p'rai à segunda aula de catequese também não ajuda muito ao espírito natalício, é certo.

Isto tudo para dizer que hoje de manhã, depois de ter acordado com um sol de Inverno magnífico, apanhei o primeiro autocarro do dia, onde um senhor trauteava alegremente uma canção de Natal. Alguns passageiros riam, outros cochichavam, outros ignoravam. Quando chegou à paragem onde iria sair, o senhor da canção mudou de cantilena e trauteou, com uma voz suave e feliz, qualquer coisa como "haja sol para animar o dia..." E saiu. E eu fui o resto da viagem a sorrir. Obrigada.

1 comentário:

n. disse...

Laura, desejo-te então (apenas) um dia cheio de "sol", mesmo que ele possa já não estar a brilhar no céu (pelo menos aqui, o dia amanheceu solarengo, mas agora está cinzento...). Beijinhos