domingo, 23 de maio de 2010

fábrica de fiação e tecidos de algodão de santo amaro



[...] Entre 1851 e 1855, a companhia fez construir, nos terrenos de Santo Amaro, mais uma unidade destinada a fábrica de fiação, onde veio a colocar os maquinismos de que dispunha noutras partes da cidade, mas que na prática funcionou mais como tecelagem. Era a Fábrica Pequena, em contraponto com a Fábrica Grande. [...]



Em 1903 as fábricas estavam iluminadas a luz eléctrica. Uma unidade algodoeira deste tipo, e enquanto não entrou em crise, foi aumentando o pessoal fabril. Nos primeiros anos de vida tinha apenas 500 operários (1844). Em 1881 já eram 850, entre homens, mulheres e crianças e, em 1903, 1200 operários. Por essa altura já se tinha estabelecido uma Caixa Económica para os trabalhadores. A companhia construiu em Santo Amaro um dos primeiros bairros operários do nosso país, datável da década de 50 do séc. XIX.



É uma correnteza para 62 famílias, com frente para a Rua 1º de Maio e traseiras para os terrenos da fábrica. Estabeleceu também no seu recinto uma escola de instrução primária para os seus aprendizes, cujo funcionamento foi intermitente. Chegaram a dispor de creches para os filhos dos operários e corpo de bombeiros. Os seus produtos, com a marca registada «Estrela da Lisbonense» eram famosos em Lisboa e no país, onde rivalizavam com os algodões do Porto.[...]




in Dicionário da História de Lisboa, dir. de Francisco Santana e Eduardo Sucena

Fotografias do Arquivo Municipal de Lisboa.