terça-feira, 13 de abril de 2010

DIF 73 - Abril

Já online. Com textos meus.

www.difmag.com

Danças com bolas

Texto: Laura Alves

Enquanto o planeta vibra com o Mundial de Futebol, na África do Sul desenrola-se um outro campeonato. Mais discreto, mas nem por isso menos emocionante: O Red Bull Street Style acontece já no final deste mês e Fábio Simões, o nosso campeão, promete dar espectáculo.


A música estilhaça-se nas paredes. A plateia está ao rubro. No centro da “arena” dois jogadores aguardam, impacientes, o som vibrante da buzina. Ouve-se o “Eye of the Tiger” dos Survivor, e não é por acaso. A tensão é real. Ao aviso da buzina, os dois rapazes que disputam a final nacional do Red Bull Street Style dão tudo por tudo. Têm três minutos para mostrar o que sabem fazer com os pés e uma bola. A cabeça e os ombros também podem entrar no jogo. As mãos são a única parte de corpo proibida nesta dança desenfreada que consiste em, durante 20 segundos alternados, executar todos os truques possíveis com uma bola antes de esta tocar no chão ou ser passada ao adversário. [Ler artigo integral clicando na imagem]



domingo, 4 de abril de 2010

o maior sorriso do mundo

As horas arrastam-se nesta cidade parada. Nesta cidade repleta de estranhos e linguagens que, num simples acordar, deixei de saber qual é. Percorro uma a uma as nuvens em floco que marcam a distância das horas e sei que em breve estarei longe. Caminha-se com rumo incerto, passa-se o tempo, passam-se as ruas e as caras e os carros e conto baixinho quantas pedras piso até lhes perder a conta. Recomeço uma e outra vez até me esquecer de recomeçar.
No miradouro mais à frente os turistas formigam em busca dos raios de sol. Magotes de gente tapam a cidade que está lá em baixo, julgo que ainda parada. Um café num banco de jardim, que as mesas há muito foram albarroadas. Melhor assim... Um vendedor aparece soterrado em brincos e pulseiras. "-Mali? Senegal?", indaga um espanhol. "-Senegal!", responde o homem, de sorriso maior que a vista que do miradouro se desprende. Das colunas do café escoam-se vozes de uma terra natal longínqua. E o homem esquece a venda das pulseiras e dos brincos por alguns minutos, pendurado numa melodia familiar. Orgulhoso, aponta para as ondas invisíveis que brotam das colunas. E sorri. Tanto.