segunda-feira, 30 de novembro de 2009

luz verde


Percorro os metros de calçada no passeio que me leva a casa e percebo, a aproximar-se, a luz brilhante da loja de antiguidades. Sou uma Alice deste lado do espelho e salto para a montra onde o tempo parou, onde cada recanto é uma casa e onde cada objecto é uma personagem com vida. Percorro toda a extensão da montra para não perder pitada, para mirar de todos os ângulos, dou pulos de nariz no ar para ver o que se esconde lá atrás. Os cristais dos candelabros no tecto soltam chispas de luz e tremem à passagem do eléctrico. Sob os meus pés as pedras movem-se. Os candeeiros gémeos sorriem-me, como fazem todas as noites. Um deles diz-me "até amanhã" e eu sigo, então, com luz verde cá dentro.

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