maldito alcatrão!

Hoje. 9h00 da manhã. Desço do eléctrico 15 na Praça do Comércio e percorro uns poucos metros até à paragem do 759, um simples poste plantado no meio do passeio na Rua da Alfândega, em frente ao início da Rua da Madalena.
Algo está diferente. A rua da Alfândega foi alcatroada. Arrepio-me. Ainda ontem, nos 20 minutos em que estive à espera do autocarro, olhei para a rua de paralelo, fustigada pelo peso crescente das centenas de autocarros e automóveis que por ali passam durante o dia. Pensei: estas pedras não mereciam este tratamento.
Como que adivinhando estes meus pensamentos, durante a noite os senhores que gerem estas coisas lá na Câmara Municipal resolveram fazer algo para resolver a situação. Reduzir o tráfego automóvel? Repôr as anteriores rotas dos autocarros? Claro que não! É muito mais fácil e moderno atirar com uma camada de alcatrão para cima do empedrado.
A Rua da Alfândega já não é a mesma. Pelo menos para mim, que é como se me espetassem uma faca de cada vez que vejo um atentado destes numa cidade que, não sendo a minha, é cada vez mais a minha cidade.


Memórias do empedrado


Imagem picada daqui.

Imagem picada daqui.