segunda-feira, 30 de junho de 2008
dieta de Verão
A todas as mulheres que precisam de motivação para fazer dieta: nada como mais um aumento na prestação da casa para perder a vontade de comer. Resultado garantido.
Imagem daqui.
domingo, 29 de junho de 2008
hora prateada
Chama-me, a sombra pintada de verde escuro. Obedeço a um corpo cansado e quente. A erva acolhe-me, sabe de cor as formas de mim. Descalço-me e uma humidade verde resfresca-me a pele. Deitada sob um céu de folhas e flashes de luz intermitente as horas escorrem em direcção ao rio. Além, um pescador de costas queimadas confunde-se com as cores diluídas da tarde. Sopra um vento discreto. O gemer dos carros na ponte, contínuo, zumbido familiar, recorda-me que há vida algures. Contudo, o tempo aqui parou, no silêncio verde escuro por baixo de uma árvore. Viro mais uma página do livro e deixo, mais uma vez, a erva fazer-me cócegas nos pés.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
coisas da vida moderna que me irritam profundamente
- Os invólucros de celofane dos CDs (deviam vir todos com abertura fácil...)
- Os sacos de plástico dos supermercados (à quinta tentativa desisto e peço à menina da caixa para abrir o saco...)
- As casas de banho com luz activada por sensor (nada como dar pulinhos no ar quando se está aflitinha...)
- As torneiras que é preciso pressionar e que deitam água durante dois segundos (o truque é carregar com o nariz para poder lavar as duas mãos ao mesmo tempo)
- Receber no trabalho mails cujo assunto é "obtain a perfect genuine erection" (hum, espero que isto não seja nenhuma reunião com os administradores...)
- Os sacos de plástico dos supermercados (à quinta tentativa desisto e peço à menina da caixa para abrir o saco...)
- As casas de banho com luz activada por sensor (nada como dar pulinhos no ar quando se está aflitinha...)
- As torneiras que é preciso pressionar e que deitam água durante dois segundos (o truque é carregar com o nariz para poder lavar as duas mãos ao mesmo tempo)
- Receber no trabalho mails cujo assunto é "obtain a perfect genuine erection" (hum, espero que isto não seja nenhuma reunião com os administradores...)
terça-feira, 24 de junho de 2008
um t1 debaixo da (outra) ponte
Conversa via messenger:
L: Sabias que também vou morar debaixo da ponte?
Eu: Ai sim? Então?
L: Comprei um T1, mas é debaixo da Vasco da Gama...
Eu: Ah, muito bem. Vais ver que agora as pessoas vão olhar para ti de forma diferente...
L: Hum?
Eu: Quando dizes que vives debaixo da ponte olham para ti com aquele ar de quem pensa "coitadinho, não tem onde cair morto..." E às vezes até te dão dinheiro e tudo ;)
L: Ehehehe... Então isso é bom!
Eu: E depois vêm as perguntas parvas: "E não te caem coisas em casa?" Aí tu respondes: "Claro que sim! E ainda bem! Onde é que pensas que fui buscar o jantar ontem à noite?"
L: LOL!
Eu: Mas quantas mais pessoas a viver debaixo da ponte, melhor.... Unidos venceremos!
L: Vamos fazer um abaixo-assinado para que se construam mais pontes em Lisboa!
Eu: Sim! E depois criamos um grupo de terapia: "Boa noite, o meu nome é Laura, vivo debaixo da ponte há três anos..."
L: Sabias que também vou morar debaixo da ponte?
Eu: Ai sim? Então?
L: Comprei um T1, mas é debaixo da Vasco da Gama...
Eu: Ah, muito bem. Vais ver que agora as pessoas vão olhar para ti de forma diferente...
L: Hum?
Eu: Quando dizes que vives debaixo da ponte olham para ti com aquele ar de quem pensa "coitadinho, não tem onde cair morto..." E às vezes até te dão dinheiro e tudo ;)
L: Ehehehe... Então isso é bom!
Eu: E depois vêm as perguntas parvas: "E não te caem coisas em casa?" Aí tu respondes: "Claro que sim! E ainda bem! Onde é que pensas que fui buscar o jantar ontem à noite?"
L: LOL!
Eu: Mas quantas mais pessoas a viver debaixo da ponte, melhor.... Unidos venceremos!
L: Vamos fazer um abaixo-assinado para que se construam mais pontes em Lisboa!
Eu: Sim! E depois criamos um grupo de terapia: "Boa noite, o meu nome é Laura, vivo debaixo da ponte há três anos..."
a meia
Serena, encosto-me na janela.
As nuvens fogem, com rasgos de noite por cima.
No telhado abaixo jaz uma meia perdida.
Ainda tem a mola presa.
Caiu-me das mãos,
Apodrece com o tempo.
E eu vejo-a todos os dias,
enquanto o sol nasce
e se deita.
Tenho um pé descalço.
As nuvens fogem, com rasgos de noite por cima.
No telhado abaixo jaz uma meia perdida.
Ainda tem a mola presa.
Caiu-me das mãos,
Apodrece com o tempo.
E eu vejo-a todos os dias,
enquanto o sol nasce
e se deita.
Tenho um pé descalço.
miu!
segunda-feira, 23 de junho de 2008
sexta-feira, 20 de junho de 2008
noise
Um amolador de tesouras faz-se ouvir na rua, enquanto uma ambulância passa de sirene aos gritos. No ar fica um aroma a angústia. O dia vai crescendo, quente e feroz.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
cautela
Saio do eléctrico, como habitualmente, na Praça do Comércio, de olhos ainda mal abertos pousados no chão. Meto-me pelas arcadas do Martinho e um pouco mais à frente o cauteleiro olha para mim. Já não lhe posso escapar. Tenta aliciar-me com a sorte grande. Peço desculpa, digo que não tenho dinheiro, que isto anda complicado. Pergunta-me se não trabalho nas finanças. Respondo que não. Insiste: mas não trabalha ali em Alfama? Não, não... Chega outro cliente, talvez este compre. o cauteleiro estende-me a mão, sorriso aberto e olhos límpidos: Boa sorte! Tenha um bom dia. O senhor também, bom trabalho. Posso nunca mais o ver, mas fiz um amigo logo de manhã.
terça-feira, 17 de junho de 2008
miu, o tanas!
Troco gato de 6 kgs por cabo de alimentação para Acer Aspire 3610. Para ver foto do gato contactar dona deste blog e enviar foto do cabo de alimentação.
segredo
Tranquilidade num sorriso de criança
A verdade de um céu de anilina
Delicadamente, como trança
Em cabelos suaves de menina.
Palavras mudas desprendem
Ternuras de novelos e sono de gato
Pequenas linguagens que se entendem
Dialectos reconhecidos no palato.
Anel de três voltas e mais um d'improviso
Num abrir do peito aos elementos
Que sol, que chuva a cair sem aviso
Rega e alimenta um canteiro de momentos.
A verdade de um céu de anilina
Delicadamente, como trança
Em cabelos suaves de menina.
Palavras mudas desprendem
Ternuras de novelos e sono de gato
Pequenas linguagens que se entendem
Dialectos reconhecidos no palato.
Anel de três voltas e mais um d'improviso
Num abrir do peito aos elementos
Que sol, que chuva a cair sem aviso
Rega e alimenta um canteiro de momentos.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
quinta-feira, 12 de junho de 2008
quarta-feira, 11 de junho de 2008
é melhor abastecer-me...
Que a paralisação dos camionistas esteja a provocar falta de combustível nos postos de abastecimento eu até aguento. Agora, se a coisa continuar e começar a haver falta de café... eu vou-me zangar, ai vou, vou!
segunda-feira, 9 de junho de 2008
sol
Ao largo, o rio azul. Os pescadores de sol na cara e porta do carro aberta, escoando a música. Estendo o pano numa sombra. Deixo os pés ao sol. Fico a relvar durante horas a fio, livros como companhia, cães ao fundo ladram. O corpo dói-me. Estendo-me e os pensamentos repousam. Hoje vou viver neste quadrado de relva. Não preciso de mais nada.
sexta-feira, 6 de junho de 2008
gomas
O puto levanta o queixo, em bicos de pés para chegar com o nariz ao balcão.
- Quero gomas, se faz favor...
Olhos de carvão, brilho guloso, moedas contadas na palma da mão. Faz contas às gomas e às moedas, atento às manobras dentro do boião: uma, duas, três, quatro...
O dia hoje é bonito.
- Quero gomas, se faz favor...
Olhos de carvão, brilho guloso, moedas contadas na palma da mão. Faz contas às gomas e às moedas, atento às manobras dentro do boião: uma, duas, três, quatro...
O dia hoje é bonito.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
love hurts...
Às vezes, para me rir um bocadinho, gosto de folhear as chamadas "revistas femininas". Normalmente, a secção de dúvidas do foro íntimo não me desilude. Lamenta-se o Mário, alegadamente residente em Lagos:
"Não tenho jeito para fazer amor
Sempre que faço amor com a minha namorada algo corre mal. Magoo-a com a barba, prendo-lhe o cabelo na almofada e já lhe dei um murro. Ela começa a ficar assustada e creio que é por isso que já não fazemos sexo com tanta frequência."
Conselho nº 1: faça a barba.
Conselho nº 2: peça-lhe para cortar o cabelo.
Conselho nº 3: tente usar as mãos para algo mais útil.
Conselho nº 4: antes de voltar a insistir, certifique-se de que a APAV não está de olho em si.
De qualquer forma, quer-me parecer que a falta de jeito para a coisa se ultrapassa com a prática. Mas nunca se sabe. Pau que nasce torto...
"Não tenho jeito para fazer amor
Sempre que faço amor com a minha namorada algo corre mal. Magoo-a com a barba, prendo-lhe o cabelo na almofada e já lhe dei um murro. Ela começa a ficar assustada e creio que é por isso que já não fazemos sexo com tanta frequência."
Conselho nº 1: faça a barba.
Conselho nº 2: peça-lhe para cortar o cabelo.
Conselho nº 3: tente usar as mãos para algo mais útil.
Conselho nº 4: antes de voltar a insistir, certifique-se de que a APAV não está de olho em si.
De qualquer forma, quer-me parecer que a falta de jeito para a coisa se ultrapassa com a prática. Mas nunca se sabe. Pau que nasce torto...
segunda-feira, 2 de junho de 2008
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