Pedalando vai para a Baixa
Luarita na estrada preta
Vai na bisga de bicicleta.
Leva calças largas à frique,
castanhas e com risquinhas,
escondendo as coxas finas
com tanto pano e largura.
Para proteger o cabelo,
boné enfiado na tola
botas próprias de rapazola
pedala com desenvoltura.
Fuge, fuge, Luarita.
Vai na bisga, de binita.
Às costas leva a mochila
sai de casa bem preparada
até deo roll on p'rás axilas
não vá chegar, blarg! suada.
Finta carros com cautela
ou segue pelos passeios
depois mete por ruelas
ignorando os galanteios.
Vai airosa, e com bravura.
Como quem desafia a cidade
mete pelas grandes avenidas
procura as melhores saídas
com sorrisos de felicidade.
Apitando, resmunga o taxista
activado pela rubra cor,
da estrada julga-se senhor
mas ela logo o despista.
Pelas ruas cheias de gente
conta os prédios e assobia
traz o coração contente
e pensa: mas que belo dia!
Entre semáforos ansiosos
já nem percebe, Luarita
se estão os dias luminosos
ou se, com olhos virtuosos
vê a cidade mais bonita.
Fuge, fuge, Luareta.
Vai na bisga, de bicicleta.
Agradecimento especial a Luís de Camões e a António Gedeão.
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
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2 comentários:
Laura:
Está lindo, o pastiche (e os acrescentos)!
E, diz lá, Luarita é anagrama de Laurita não é?...
É perspicaz, este rapaz.
Pois que Luarita não é gralha nem engano, é antes o meu nome cigano.
Anagrama de Laura e Luar, já que a Lua me tem vindo abraçar. :))))
As rimas são "pegajosas"...
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